Raimundo Valdizio Daniel Lima teria sido associado a um celular encontrado em um grupo de WhatsApp de faccionados
O engenheiro agrônomo Raimundo Valdizio Daniel Lima, 31 anos, de Baturité, no Interior do Ceará, está preso há 20 dias por supostamente integrar uma facção criminosa, e a família e a Defensoria Pública do Estado do Ceará afirmam que foi por engano. Atualmente, um pedido de Habeas Corpus tramita no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), além da solicitação de revogação da prisão preventiva.
O defensor Emerson Castelo Branco informou ao Diário do Nordeste que acredita “na sua [de Valdizio] soltura depois das provas juntadas, bem como no não oferecimento da denúncia”.
Segundo o defensor, “tudo não passa de um engano já devidamente esclarecido pela Defensoria”.
“[Valdizio] está sofrendo muito na prisão em razão de ser inocente. Um dia na vida de um inocente vale por um ano. Estamos lutando contra o tempo para conseguir sua liberdade”, informou Castelo Branco.
Conforme a sobrinha do engenheiro, Jeane Lima, ele é acusado de ser proprietário de um número de celular encontrado em um grupo de WhatsApp ligado a uma organização criminosa. No entanto, ela indica que a linha “nunca pertenceu” a ele.
“O nome do WhatsApp era apenas ‘Lima’. Consta no processo que durante um houve uma mudança de IP e esse IP é da rede Wi-Fi da nossa casa, e a internet é cadastrada no nome do Valdizio. Acredito que foi uma confusão muito grande”, relata.
A parente ainda fala que do cumprimento da prisão preventiva, os policiais civis não levaram nenhum aparelho eletrônico de Valdizio para realizar verificações.
‘Ele não tem perfil de criminoso’
Jeane Lima, disse ao Diário do Nordeste que a prisão foi um “erro gravíssimo”, pois ele “não tem nem perfil para ser confundido com criminoso”.
Valdizio está detido na Unidade Prisional (UP) de Quixadá, e não pode receber visita de familiares. Jeane relata que nem o malote com produtos de higiene pessoal foi aprovado pelo sistema prisional: “Ele hoje se encontra descalço, pois só podemos enviar um segundo malote após 30 dias”.
Além de trabalhar como engenheiro agrônomo para uma empresa de Crato, ele faz mestrado na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). “Pessoa honesta e trabalhadora”, pontua Jeane.
Nas redes sociais, a família compartilha mensagens pedindo Justiça pelo cearense de Baturité. A irmã dele chegou a compartilhar uma mensagem de um professor do mestrando, afirmando que ele ficou com nota baixa por não entregar uma atividade obrigatória, durante o período encarcerado.
Um abaixo-assinado contra a prisão de Valdizio foi criado e já conta com quase 500 assinaturas.
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