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Calculista e frio, Putin usa Trump e dribla Zelensky e OTAN

Mas quem tirou proveito do cenário e das cenas que se seguiram antes, durante e depois da cúpula realizada ontem em Anchorage, no Alaska, foi o ditador russo Vladimir Putin, que, sorrindo e com a frieza de quem domina o poder e faz dele o que quer, interna e externamente, apertou a mão do também sorridente presidente Donad Trump, deu-lhe tapinhas no ombro, caminhou com ele sobre um tapete vermelho e, ainda, olhou com ironia para o sobrevoo do bombardeiro B-2, o avião invisível da Força Aérea dos EUA que foge da ação dos mais potentes radares, o qual passou por cima de sua cabeça escoltado por quatro caças F-35, estrelas da máquina de guerra norte-americana. 

O ditador russo utilizou o cenário e as imagens da cúpula de ontem em Anchorage, no Alaska, para mostrar que a Rússia não está isolada

Escrito por

Egídio Serpaegidio.serpa@svm.com.br

16 de Agosto de 2025 – 06:09

(Atualizado às 06:45)

Egídio Serpa

Legenda: Donald Trump e Vladimir Putin protagonizaram ontem uma cúpula como primeiro passo em direção da paz na Ucrânia

Foto: Shutterstock Noamgalai e Octavio Hoyos

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Tudo seguiu um roteiro hollywoodiano e as imagens produzidas e transmitidas ao vivo para o mundo todo o provaram.

Mas quem tirou proveito do cenário e das cenas que se seguiram antes, durante e depois da cúpula realizada ontem em Anchorage, no Alaska, foi o ditador russo Vladimir Putin, que, sorrindo e com a frieza de quem domina o poder e faz dele o que quer, interna e externamente, apertou a mão do também sorridente presidente Donad Trump, deu-lhe tapinhas no ombro, caminhou com ele sobre um tapete vermelho e, ainda, olhou com ironia para o sobrevoo do bombardeiro B-2, o avião invisível da Força Aérea dos EUA que foge da ação dos mais potentes radares, o qual passou por cima de sua cabeça escoltado por quatro caças F-35, estrelas da máquina de guerra norte-americana.

A cúpula destinava-se a tratar de uma solução para o fim do conflito bélico iniciado pela invasão da Rússia ao território soberano da Ucrânia. Hoje, quase quatro anos após o início dessa guerra, o Exército russo, com a ajuda de 10 mil soldados da Coreia do Norte, que lhe fornece também mísseis e drones, domina todo o Leste ucraniano, sendo, desde 2014, dominador da Crimeia, outra província que, pela força, tomou da Ucrânia.

Depois de quase três horas de reunião, Putin e Trump, cumprindo o que lhes cabia no bem elaborado roteiro cinematográfico, falaram aos jornalistas. O primeiro referiu-se ao Alaska, que era território da Rússia até 1867, quando o vendeu aos EUA por temor de que o Reino Unido, que dominava o Canadá, o conquistasse. Depois, para justificar a invasão da Ucrânia, citou o que chamou de “causas raiz” da guerra.

Trump falou em seguida e, na sua fala, frustrou os países da OTAN, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, que esperavam alguma notícia sobre avanços em busca de uma paz na Ucrânia. Trump preferiu transmitir esses detalhes direta e exclusivamente aos líderes europeus.

Putin e Trump retornaram ontem mesmo a Moscou e Washington com missões distintas: o primeiro manterá os bombardeios diários sobre Kiev e outras cidades ucranianas; o segundo já acertou com Zelensky uma reunião segunda-feira, 18, em Washington.  “Se a reunião der certo, os EUA agendarão conversas com Putin”, disse Trump.

Putin obteve ontem o que desejava: reatar as relações com os EUA e, principalmente, com o seu presidente e amigo Donald Trump. As imagens mostrando ambos sorridentes eram o desejo o ditador russo para mostrar que seu país não está isolado do Ocidente. Trump, por sua vez, ao produzir essas imagens, revelou seu desejo de obter, o mais rapidamente possível, o cessar fogo e a paz sustentável e duradouro ne Ucrânia. A que custo, porém?

Trump já disse e repetiu que, para a solução do conflito, “os dois terão de ceder”. O que isto quer dizer? Quer dizer que a Ucrânia terá de ceder à Rússia um terço de sua geografia, algo fora de qualquer cogitação, como insistem em dizer seu presidente Zelensky.

Ontem, logo após o fim da reunião com Putim, o presidente Trump falou por teleconferência com o presidente francês Emmanuel Macron. A conversa durou uma hora e havia outros sete líderes europeus presentes, incluindo Volodymyr Zelenskyy, Friedrich Merz, (Alemanha) Keir Starmer (Reino Unido), Giorgia Meloni (Itália), Alexander Stubb (Finlândia) e Karol Nawrocki (Polônia) bem como o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte.

Os líderes europeus viram com cautela as declarações de Vladimir Putin. Agora, as atenções voltam-se para a reunião de segunda-feira no Salão Oval da Casa Branca que juntarão Trump e Zelensky.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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