
O número é assustador: 78,5% das famílias brasileiras estão endividadas. Quase 8 em cada 10 lares do País têm contas a vencer, dívidas acumuladas ou prestações que não cabem no orçamento. O dado, divulgado recentemente pela Confederação Nacional do Comércio, mostra que o Brasil vive uma epidemia silenciosa: a do endividamento.
No Ceará, a realidade não é diferente. Basta conversar com qualquer trabalhador para perceber que a maioria está no limite. Cartão de crédito estourado, parcelas de eletrodomésticos atrasadas, financiamentos que não fecham no fim do mês. Viver no vermelho deixou de ser exceção e virou rotina.
E qual o custo disso? A cada mês de atraso, os juros transformam pequenas dívidas em pesadelos. O cartão de crédito cobra mais de 400% ao ano. O cheque especial passa fácil dos 100%. Para muitas famílias, sair dessa roda-viva parece impossível. Mas não é.
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O que fazer diante desse cenário?
Encarar a realidade no papel. Anotar todos os gastos ainda é o passo mais poderoso para tomar controle. Sem clareza, não existe mudança.
Priorizar dívidas mais caras. Quem deve no cartão ou cheque especial precisa atacar essas dívidas primeiro. Um empréstimo mais barato para quitar pode ser solução, desde que acompanhado de disciplina.
Cortar excessos de curto prazo. O que hoje parece pequeno, como delivery ou assinaturas que não se usa, pode virar a chave para equilibrar o orçamento.
Construir reserva, mesmo com pouco. R$ 50 por mês num CDB de liquidez diária já criam uma barreira contra emergências que impedem a volta das dívidas.
Educação financeira como prioridade. Entender juros, planejar gastos e aprender a investir são as armas mais eficazes contra o ciclo da dívida.
Um país que vive no limite
Quando 8 em cada 10 famílias estão endividadas, não falamos mais de exceção. Falamos de um sistema que empurra milhões para o crédito fácil e depois cobra caro por isso. Enquanto a educação financeira não fizer parte da rotina, o Brasil continuará pagando juros e vivendo no aperto.
A boa notícia é que nunca foi tão acessível aprender a lidar com dinheiro. Conteúdos, cursos e ferramentas estão ao alcance de qualquer celular.
O primeiro passo é decidir sair da fila das famílias endividadas e entrar no grupo dos que investem, mesmo que pouco, pensando no futuro. O endividamento é uma prisão invisível. Mas a chave está na sua mão.
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