A bandidagem tem exemplo para deixar muita gente estarrecida, não apenas com os descontos indevidos, mas, também, com o uso de inocentes para integrar a direção de entidades envolvidas com o maior escândalo da história da previdência social brasileira.
Um caso que entrou na mídia nacional é da aposentada Francisca da Silva de Souza, 72 anos, que mora em Fortaleza, e aparece como presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN).
A entidade, que fechou a sede na Capital cearense logo após a operação da Controladoria Geral da União (CGU) e da Polícia Federal, recebeu, entre 2019 e 2025, 275 milhões e 200 mil reais.
ESCÂNDALO
O escândalo é investigado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Senado. A história da dona Francisca da Silva de Souza é emblemática: ela descobriu que era presidente da associação após receber notificações da Justiça Federal para responder a processos que apuram as fraudes contra aposentados e pensionistas.
Dona Francisca assina o nome, mas é analfabeta, diz que certa vez pediu um empréstimo de 1.500 reais, teve descontos – sem autorização, em sua conta e, na realidade, os papeis que assinara simplesmente a colocavam na condição de presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional.
INOCÊNCIA E PROCESSO
Segundo as investigações da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF), a entidade é suspeita de montar uma estrutura de fachada para fraudar as mensalidades e para tirar o dinheiro dos beneficiários.
Agora, a CGU e a PF apuram se parte desse dinheiro parou na conta ou no bolso de agentes públicos. O caso da aposentada usada como laranja entra, também, na agenda da CPI do INSS que quer saber se outros beneficiários foram alvo desse tipo de golpe.
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