Interrupções atingiram cabos da Tata Communications e de consórcio da Alcatel-Lucent; suspeita de sabotagem recai sobre houthis, grupo rebelde ligado ao Hamas.

Cortes em cabos submarinos no Mar Vermelho prejudicaram o acesso à internet em várias regiões da Ásia e do Oriente Médio. A causa ainda não foi confirmada, mas a agência Associated Press informou que há suspeitas de envolvimento do grupo rebelde houthi, do Iêmen, que vem atacando navios na região em apoio ao Hamas.
Entre os afetados estão o cabo Sudeste Asiático–Oriente Médio–Europa Ocidental 4 (SEA–ME–WE 4), operado pela indiana Tata Communications, e o Índia–Oriente Médio–Europa Ocidental (I-ME-WE), administrado por um consórcio da Alcatel-Lucent.
A Pakistan Telecommunications Co. Ltd. confirmou os cortes neste sábado (6). Já a Arábia Saudita e os Emirados Árabes não reconheceram oficialmente a falha, embora usuários tenham relatado queda na velocidade da conexão.
Suspeita sobre os houthis
Os houthis já haviam sido acusados pelo governo do Iêmen, em 2024, de planejar ataques a cabos submarinos. O grupo negou, mas canais oficiais ligados aos rebeldes reconheceram cortes recentes.
Desde novembro de 2023, em meio à guerra entre Israel e Hamas, os houthis atacaram mais de 100 navios no Mar Vermelho, afundaram quatro embarcações e deixaram ao menos oito mortos. Aliados do Irã e do Hamas, eles retomaram ações militares mesmo após um cessar-fogo temporário.
No mês passado, Israel atacou posições do grupo no Iêmen, matando parte de sua liderança.
Infraestrutura estratégica
Os cabos submarinos são responsáveis por quase todas as comunicações digitais no mundo. Segundo o Center for Strategic and International Studies (CSIS), existem cerca de 450 cabos instalados, que juntos somam 1,2 milhão de quilômetros.
Quatro empresas dominam o setor: SubCom (EUA), Alcatel Submarine Networks (França), Nippon Electric Company – NEC (Japão) e HMN Technologies (China).
Embora possam ser danificados por fenômenos naturais ou acidentes marítimos, esses cabos também estão sujeitos a sabotagens e espionagem. Em janeiro deste ano, por exemplo, a Otan reforçou patrulhas no mar Báltico após suspeitas de ataques a cabos de telecomunicações atribuídos à Rússia.
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