
O Dia Mundial da Alfabetização, celebrado em 8 de setembro, vai além de uma simples data no calendário. Ele nos lembra de que ler e escrever são direitos fundamentais e, mais do que isso, condições essenciais para que cada indivíduo exerça plenamente sua cidadania. No Brasil, ainda enfrentamos desafios significativos para garantir que todas as crianças sejam alfabetizadas na idade certa, ou seja, até o fim do 2º ano do Ensino Fundamental, conforme preconiza a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Os resultados do Indicador Criança Alfabetizada (ICA), divulgados em julho de 2025 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), demonstram um avanço importante. O país atingiu 59,2% de crianças alfabetizadas ao final do 2º ano do Ensino Fundamental em 2024 – um crescimento de 3,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
O estado do Ceará – com uma política territorial de alfabetização consolidada – manteve a melhor taxa de alfabetização do país em 2024, com 85,3% das crianças alfabetizadas ao final do 2º ano. O resultado representa um crescimento em relação ao ano anterior e supera tanto a meta estadual quanto a meta nacional por mais um ano.
Embora o ambiente escolar seja o espaço estruturado para o aprendizado, a parceria com a família é fundamental. O estímulo diário à leitura, o contato com livros, revistas, músicas e conversas significativas em casa ampliam as oportunidades de aprendizagem. Pequenos gestos, como ler uma história antes de dormir, cantar uma música, propor jogos educativos ou pedir que a criança ajude a escrever a lista de compras, fortalecem o vínculo entre pais e filhos e reforçam as habilidades trabalhadas em sala de aula.
O professor atua como mediador no processo de aprendizagem, utilizando a intencionalidade pedagógica para tornar o aprendizado prazeroso e significativo. Crianças alfabetizadas desde cedo têm mais chances de avançar com segurança em outras áreas do conhecimento, desenvolver autonomia e se tornar leitoras críticas. Celebrar esta data é, portanto, reafirmar que alfabetizar é construir futuro.
Silvia Freitas é diretora pedagógica
Adcionar comentário