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Seis rodovias que cortam o Ceará são estratégicas para logística da Transnordestina; veja quais

A cerca de um ano do início das operações da Transnordestina, a malha viária estadual e federal dentro do Ceará ainda deixa a desejar. Sem a readequação necessária de vias essenciais para o escoamento de produtos, a integração modal e ganho no transporte de cargas pode não ocorrer como esperado.

Sem melhorias nas condições de rodovias, empresas podem buscar outras estados para se instalarem

Escrito por
Ingrid Coelhoingrid.coelho@svm.com.br
08 de Setembro de 2025 – 10:00

Legenda: BR-116, na altura do município de Chorozinho. Estado geral da via foi classificado como “bom” pela mais recente pesquisa da CNT, apesar da sinalização considerada regular
Foto: Cid Barbosa

A cerca de um ano do início das operações da Transnordestina, a malha viária estadual e federal dentro do Ceará ainda deixa a desejar. Sem a readequação necessária de vias essenciais para o escoamento de produtos, a integração modal e ganho no transporte de cargas pode não ocorrer como esperado.

Se tratam de vias que não necessariamente têm interseção com a Transnordestina, mas são consideradas estratégicas para o transporte de cargas que chegarão a um dos pátios intermodais para, a partir desses pátios, serem alocadas nos vagões.

As vias em questão são as BR-020BR-222BR-116 e BR-304, de acordo com Heitor Studart, coordenador do Núcleo de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). Além disso, ele menciona a importância de CEs como a 358 e a 455 estarem em boas condições para o escoamento de produtos, a exemplo de frutas.

 

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No entanto, de acordo com a versão mais recente da Pesquisa CNT Rodovias, da Confederação Nacional dos Transportes, duas das quatro BRs mencionadas ainda estão aquém do esperado. Em uma escala de ótimas condições a péssimas condições, a BR-020 e a BR-222 foram classificadas com nota regular.

As outras duas BRs prioritárias, BR-116 e BR-304 estão em estado considerado bom, apesar de a BR-116 ter sido apontada no estudo com uma nota regular para a sinalização da via.

Ciente desse problema, a Fiec elaborou e apresentou em maio deste ano ao Ministério dos Transportes um documento especificando ações necessárias nas rodovias para garantir uma integração eficiente da Transnordestina com a malha viária, segundo Heitor Studart.

Demandas do Ceará

No documento, foi reforçada a necessidade de “ações” com relação a essas quatro vias, acrescentando ainda a inclusão de rodovias estaduais consideradas importantes.

“As BRs são estruturantes e se ligam pelas vicinais cearenses, então temos prioridade no Ceará de duplicação das CEs-455, ligando Maranguape a Transnordestina, e a CE-358, que pega um polo de fruticultura da Chapada do Apodi, de carcinicultura, então são fundamentais”.

“Mais importante para a Transnordestina é a duplicação da CE-455, que cruza a Transnordestina e finaliza encontrando a BR-020”, pontua Studart.

Perguntado sobre o que pode acontecer caso essas melhorias não ocorram, Studart avalia que as cadeias produtivas podem deixar de se instalar em regiões do Ceará.

“Você não pode ter uma indústria que não tem como escoar a produção. Não é só a chegada ao porto. O investidor vai para onde ele tiver melhores condições”, enfatiza.

Para discutir demandas essenciais do Nordeste em termos de infraestrutura e logística, será realizada na primeira quinzena de outubro um encontro com o Ministério dos Transporte e representantes dos nove estados da Região na Fiec, segundo Heitor.

“São ações de profundo impacto na economia cearense”.

Pavimentação da BR-222

No fim de agosto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou a execução de “serviços de coletas de dados técnicos referentes à pavimentação asfáltica da BR-222”, no trecho da subida da Serra de Tianguá, entre os kms 295 e 308, ocasionando a interdição nos dias 30 e 31 de agosto.

Essa coleta subsidia “os trabalhos de elaboração de projetos de engenharia para melhoramentos no tráfego da rodovia”, disse o Dnit em seu site.

A coluna buscou o Dnit e, em nota, a autarquia federal informou que está realizando as seguintes intervenções:

  • Duplicação da BR-222/CE, entre o km 11 e o km 35. Previsão de conclusão até o final do ano/2025;
  • Duplicação da BR-116/CE, entre o km 53 e o km 75 (Pacajús e Timbaúba dos Marinheiros). O prazo de conclusão inicialmente estipulado em contrato é o ano de 2027;
  • Recuperação das fundações das pontes sobre o Rio Jaguaribe, na BR-304/CE. A previsão de conclusão é o final do mês de setembro/25.

Além disso, o Dnit afirmou que “mantém ações de manutenção rotineiras em todas as rodovias que estão sob sua administração, tanto no Ceará, quanto em todo o país. Nestas ações, são realizados diversos serviços rotineiros, que ocorrem sob demanda”.

Superintendência de Obras Públicas (SOP) informou que, “na implantação da Ferrovia Transnordestina, existem cruzamentos com diversas rodovias estaduais” e que nos locais onde “há cruzamentos rodoferroviários, estão sendo realizadas intervenções nas rodovias estaduais para a construção de cruzamentos em desnível”.

Com relação à CE-455 e à CE-358, porém, ainda não estão previstas intervenções, segundo a SOP.

Em junho deste ano, o Diário do Nordeste publicou matéria mostrando que quatro rodovias estaduais ligadas à ferrovia passavam por intervenções, totalizando 55 quilômetros de pavimentação: a CE-564, a CE-282, a CE-375 e a CE-060.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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