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Inadimplência volta a bater recorde e governo e Serasa preparam programas de renegociação

A inadimplência volta a subir, atingindo um novo recorde, conforme dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, divulgada ontem. 

Inadimplência no Brasil atinge novo recorde. Juros altos e seus impactos na economia são as principais causas. Veja como o programa Desenrola pode ajudar!

Inadimplência volta a bater recorde e governo e Serasa preparam programas de renegociaçãoInadimplência bate recorde: entenda as causas e soluções | Reprodução

A inadimplência volta a subir, atingindo um novo recorde, conforme dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, divulgada ontem.

 

O estudo mostra que a proporção de quem declarou dívida em atraso passou a ser de 30,4%, a maior proporção desde o início da série histórica, inaugurada em 2010.

As conclusões feitas por analistas, com base em todos os elementos extraídas da pesquisa, revelam que esse contexto da elevação do endividamento se dá muito especialmente pela manutenção de uma política de juros muito elevados, decorrente de decisões do Comitê de Política Monetária do Banco Central.

Mesmo com a trégua recente na elevação das taxas Selic, adotada nas últimas duas sessões do COPOM, o atraso de pagamento das contas das famílias continuou subindo, graças aos efeitos das altas anteriores das taxas de juros, que se deram numa sequência descomunal e transformaram o Brasil no vice-campeão mundial de juros abusivos.

Como os juros muito elevados afetam danosamente toda a economia, diminuindo o ritmo de produção industrial e arrefecendo o ânimo dos operadores de serviços, comércio e turismo, o aperto vai bater direto no bolso do consumidor que, na diminuição do dinheiro, recorre aos empréstimos bancários.

E com os juros altos, ao se valer de empréstimos, têm o orçamento doméstico atingido, daí resultado nos atrasos de suas contas.

Essa é uma realidade que o Banco Central do Brasil- sob influência flagrante do mercado especulativo, que sobrevive e engorda com aplicações financeiras-, ainda não quis enxergar. Nega-se a reduzir os juros, sob o falso argumento de que uma economia muito acelerada, com o emprego se mantendo em alto grau, traz o risco de volta da inflação. É sempre esse o argumento que o mercado da especulação usa através do Copom, que resulta, em verdade, na desgraça dos que ganham menos, e na glória dos que se valem de taxas elevadas de juros como sua principal arma.

Tais circunstâncias pedem a intervenção do Governo Federal. No ano passado, visando o enfrentamento dessa inaceitável realidade, o Planalto, por meio do Ministério da Fazenda, implantou o Programa Desenrola, destinado a quitar dívidas dos inadimplentes em condições especiais, diferenciadas e juros muito baixos. Isso teve efeito muito rapidamente e aliviou a carteira de muita gente. Na mesma linha, o veio um programa de quitação promovido por Serasa e Correios, também com sucesso no alívio à vida das pessoas.

Agora mesmo tem-se notícia de que o Ministério dirigido por Fernando Haddad prepara uma nova edição do Desenrola, para aplicação provavelmente no mês de novembro.

Ontem mesmo, nessa linha de preocupação, a Serasa teve um Dia Exclusivo de renegociação, certamente como prenúncio de uma ação mais alongada que virá até o fim do ano.

Nesse mutirão realizado pela Serasa e Correios nesse dia 9, houve uma movimentação de cerca de 10 milhões de dívidas, que puderam ser negociadas com redução de até 99% dos débitos originais.

Isso reuniu mais de 1.600 empresas e beneficiou em torno de 2,3 milhões de brasileiros que arriscavam ter o nome “sujo”, como se diz na linguagem popular.

Participaram desse mutirão de ontem grandes bancos, varejistas, financeiras, securitizadoras, concessionárias de contas básicas atreladas à vida das famílias, como empresas de luz, água e gás, entre outras.

Conforme levantamento da própria Serasa, nas ações desenvolvidas neste ano, tem havido recorde de negociações com valor máximo de desconto concedido. De janeiro a julho, por exemplo, foram fechados 672 mil acordos com 99% de desconto, o que é um índice muito elevado, que parece estar fazendo bem aos endividados.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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