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Torcedores do Fortaleza acusados de matar adolescente que voltava de jogo de futebol são condenados a 58 anos de prisão

Integrantes de uma torcida organizada do Fortaleza, acusados de assassinar com requintes de crueldade um adolescente de 15 anos, quando o menino voltava de um jogo de futebol em Fortaleza, foram condenados nesta segunda-feira (15). O júri popular decidiu sentenciar o grupo a cumprir 58 anos de prisão pela morte do torcedor Othoniel Sousa Fialho.

Othoniel foi espancado até a morte “porque vestia uma camisa do Ceará”, segundo a acusação

Escrito por
Emanoela Campelo de Meloemanoela.campelo@svm.com.br
17 de Setembro de 2025 – 11:46

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Legenda: O adolescente voltava de um jogo do Ceará, em 2019, quando foi atacado com chutes, socos, golpes de barra de ferro e pauladas.
Foto: Arquivo Pessoal

Integrantes de uma torcida organizada do Fortaleza, acusados de assassinar com requintes de crueldade um adolescente de 15 anos, quando o menino voltava de um jogo de futebol em Fortaleza, foram condenados nesta segunda-feira (15). O júri popular decidiu sentenciar o grupo a cumprir 58 anos de prisão pela morte do torcedor Othoniel Sousa Fialho.

O júri começou por volta das 10h30 dessa segunda-feira (15), no Fórum Clóvis Beviláqua e encerrou no dia seguinte, próximo às 23h. A ré Shirley Maria Coelho Abreu foi a única denunciada a ser absolvida por todos os crimes. Já os outros acusados foram condenados por crimes diferentes e com penas diversas.

Veja abaixo:

  • Rawel Felipe Carneiro: recebeu a pena de 25 anos e 4 meses de reclusão pelos crimes de homicídios consumado e tentado, e associação criminosa.
  • Francisco Flávio de Aguiar Júnior: foi condenado a 1 ano e 3 meses de reclusão por associação criminosa.
  • Rosinaldo Ferreira: recebeu a pena de 6 anos e 4 meses de reclusão por homicídio tentado e associação criminosa.
  • Francisco Everton de Sousa Silva: foi condenado a 25 anos e 4 meses de reclusão pelos crimes de homicídios consumado e tentado, e associação criminosa.

A defesa de Rosinaldo Ferreira, representada pelo advogado Roberto Castelo disse que  “a Justiça prevaleceu no caso de seu representado, que foi absolvido da acusação de homicídio consumado contra Othoniel Sousa Fialho, conforme decisão proferida pelo Conselho de Sentença da 3ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza”.

 

“A absolvição consolida o entendimento de que não houve autoria delitiva por parte do acusado no referido crime, reafirmando a importância do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, pilares do Estado Democrático de Direito. Rosinaldo Ferreira Abreu, por meio de seu advogado, Roberto Castelo, confia na Justiça e seguirá buscando a preservação de seus direitos por todos os meios legais disponíveis”
Defesa de Rosinaldo

 

“Othoniel tinha apenas 15 anos quando foi espancado até a morte, pelos réus, pelo simples fato de vestir uma camisa de time de futebol”, diz o Ministério Público do Ceará (MPCE). O menino chegou a ser socorrido e ficou hospitalizado durante dois dias, mas não resistiu aos ferimentos.

 

Havia um sexto acusado neste processo. Gilberto Leandro da Silva Fernandes morreu no decorrer da instrução criminal e teve extinta a punibilidade

 

Na manhã do segundo dia de julgamento o Esquadrão Antibombas da Polícia Militar foi acionado devido a uma suspeita de bomba no entorno do Fórum Clóvis Beviláqua. Os advogados que participavam da sessão garantiram que não houve prejuízos ao júri pelo episódio.

RIXA ENTRE TORCIDAS

O adolescente voltava de um jogo do Ceará, em 2019, quando foi atacado por um grupo de torcedores rivais com camisas de uniformizadas do Fortaleza com chutes, socos, golpes de barra de ferro e pauladas.

Francisco Flávio, Francisco Everton e Rawel Felipe também foram julgados por integrar organização criminosa. Flávio e Shirley Maria seriam vinculados à Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF).

 

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Testemunhas dos crimes foram essenciais para elucidar os ataques. Primeiro, um jovem foi vítima de agressão, enquanto estava na companhia de um primo e amigos. O sobrevivente foi abordado por membros de um veículo Fiat Uno Amarelo e outros dois carros, de modelos não identificados. Neles estariam Francisco Flávio, Francisco Everton e Rosivaldo.

 

Francisco Everton ordenou à vítima e às testemunhas “Não corre ninguém, nós queremos só as camisas”, fazendo clara alusão à camisa do time do Ceará que as vítimas vestiam, conforme o inquérito.

 

O jovem teria sido espancado, e o primo conseguido se esconder em casa. A vítima só parou de ser agredida, quando já estava desacordada, “tendo esta sobrevivido somente por ter sido levada prontamente ao hospital por parente, local onde necessitou, inclusive, ficar internado”.

MORTE DE OTHONIEL

Othoniel e mais três amigos voltavam do jogo Ceará x São Paulo, quando desceram de um ônibus fretado, na Rua Cônego de Castro. O grupo caminhava e foi abordado por um veículo Gol. Dois homens desceram em posse de um pedaço de ferro, dentre estes o réu Felipe, fato que dispersou os quatro torcedores, tendo Othoniel fugido em direção oposta a dos demais”.

O adolescente de 15 anos foi interceptado por outro carro, identificado posteriormente como o veículo Fiat Uno, de cor amarela. Segundo a investigação, o menino foi levado até a Rua Paroara, no bairro São Bento, onde sofreu as agressões.

A família do torcedor soube do caso minutos depois, através de uma ligação da Polícia Militar acionada para o local. O jovem foi socorrido por uma ambulância do Samu e levado para o Instituto Doutor José Frota (IJF). Dois dias depois, foi constatada a morte em decorrência de um traumatismo craniano, que resultou em um coágulo no cérebro da vítima. Os órgãos de Othoniel foram doados pelos parentes.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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