Por falta de Linhas de Transmissão, a economia brasileira — inclusive a do Nordeste, principalmente a do Ceará — sofre restrições

Como vai a economia brasileira? Esta pergunta pode ter, como uma das respostas, a decisão anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de impor bandeira amarela (de atenção) no sistema elétrico nacional, que é interligado. Isto quer dizer que a conta de luz deste mês de maio virá com um acréscimo.
Agora, reparem o paradoxo: o Brasil tem uma capacidade instalada para gerar 200 GW (gigawatts) de energia. O consumo médio do país gira em torno de 80 a 90 MW. Em linguagem de arquibancada: as usinas hidrelétricas, os parques solares e eólicos e as termelétricas a gás, carvão e diesel podem gerar mais do que o dobro do consumo nacional. Acreditem, porque é verdade.
Qual é, então, o problema? A Aneel diz que, neste momento, os reservatórios do Sul e Sudeste registram redução do volume acumulado de água, por falta de chuvas. Mas o maior problema tem sido a recorrente incapacidade do governo da União – de esquerda, de direita ou de centro – de promover a construção de Linhas de Transmissão (LTs) para reforçar o sistema atual, que – assim como aconteceu nesta semana em Portugal e na Espanha – está passível de um apagão pela fragilidade da rede (em 2023, houve um apagão que atingiu todo o Nordeste).
Neste particular, o Ceará é um exemplo perfeito e acabado desse estado de coisas: o projeto de implantação do Hub do Hidrogênio Verde e o de construção do maior Data Center das Américas na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém dependem da instalação de novas LTs, algo que demora de 3 a 4 anos, dependendo da extensão da linha.
O governo não tem dinheiro para construir as LTs necessárias ao crescimento da economia nas várias regiões do país. Ele tem de contar para isso, como tem contado, com a participação da iniciativa privada, isto está bem claro. Mas faltam os leilões das novas LTs, inclusive as exigidas pelos dois grandes projetos cearenses (o do Data Center que a Casa dos Ventos e sua parceira chinesa ByteDance, dona do TikTok, implantarão na geografia da ZPE do Pecém consumirá 876 mil MW de energia que já existe, mas não pode ser transportada por falta das LTs).
O presidente da Federação das Indústrias (Fiec), Ricardo Cavalcante, o governador Elmano de Freitas e o próprio presidente Lula estão totalmente empenhados na busca por uma solução rápida para esse imbróglio, que passa pelo ministério de Minas e Energia.
Há, todavia, uma questão importante que é o tempo: os chineses da ByteDance e os brasileiros e franceses da Casa dos Ventos querem colocar em operação a primeira fase do seu Data Center em 2028. Para que isso seja possível, a obra de construção das LTs teria de começar neste ano.
O Brasil é abençoado e beneficiado pela natureza: tem água dos rios e tem sol e vento em abundância durante o ano inteiro. Por esta razão, suas fontes de geração de energia são renováveis. Além das grandes hidrelétricas, o país conta, ainda, com parques eólicos e solares que garantem a geração de energia limpa, e, também, com as usinas termelétricas a gás, a carvão mineral e a óleo diesel, as quais, infelizmente, ainda funcionam.
É por estas e outras razões que o Brasil tem ação de protagonista mundial na chamada Transição Energética. Mas é necessário, é urgente, que o governo federal entenda que falta muito para que o seu modelo de distribuição de energia seja logo ampliado e modernizado, atendendo à demanda do seu crescimento industrial, agropecuário e, principalmente tecnológico (um Data Center é um gigantesco polo de produção de Tecnologia da Informação; o da Casa dos Ventos-ByteDance poderá, quando estiver operando na sua plenitude, absorver, com sobras, todo o serviço digital do governo e de todas as empresas do Ceará e dos demais estados brasileiros, do mesmo jeito que o Serpro faz com o serviço público federal).
A falta de LTs ou a demora de implantá-las pode causar enorme prejuízo ao Ceará e à sua economia, pois projetos importantes que estão para instalar-se aqui poderão ser desviados para outros estados ou países.
Entre os empresários cearenses – do agro, da indústria, do comércio e do serviço – há uma grande torcida para que o ministério de Minas e Energia adote, no mais curto espaço de tempo possível, a providência que falta: fixar a data dos leilões das Linhas de Transmissão.
TERMACO, TECER E CIPP PRESENTES NA INTERMODAL
Realizada nesta semana no Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo, a Intermodal – maior feira de logística da América Latina – reuniu mais de 500 grandes empresas do Brasil e de vários países do mundo, que expuseram seus produtos e serviços.
O Ceará esteve presente no evento, com estandes da Companhia de Desenvolvimento do Complexo do Pecém (CIPP), da Termaco e da Tecer Terminais, que são empresas que operam na movimentação de carga e descarga nos portos do Pecém e Mucuripe, no Ceará, e de outros estados.
O sócio e vice-presidente do Grupo Termaco, empresário Carlos Maia, com seus sócios e diretores Jorge Albuquerque e André Boris, recebeu convidados nacionais e estrangeiros no estande da empresa.
A Termaco e a Tecer Terminais são empresas que se destacam por soluções inovadoras na área da logística de transporte, para o que mantem parcerias com e conexões estratégicas com empresas de renome do mercado global.
Na Intermodal, grandes portos marítimos nacionais, incluindo Santos, Paranaguá, Itaqui, Suape e Pecém, estiveram presentes.
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