Leia a Coluna desta terça-feira (13)

Quem vem de uma era na qual a Seleção Canarinho deslumbrou o mundo, não pode silenciar diante do descalabro atual do futebol brasileiro. Em 1958 na Suécia e em 1962 no Chile, o Brasil ganhou o bicampeonato mundial. No comando da delegação, Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória.
O doutor Paulo foi um homem digno, brilhante, desportista e empresário de sucesso. Cultuador dos valores bons. Defensor da decência e do respeito nas práticas esportivas, dentro e fora de campo. Em sua homenagem, o Estádio do Pacaembu chama-se oficialmente Estádio Paulo Machado de Carvalho.
De certa época para cá, tudo mudou. Os presidentes da CBF foram defenestrados, acusados de escândalos. Na lista Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e Rogério Caboclo. O atual, Ednaldo Rodrigues, também já foi afastado, mas, por polêmica decisão judicial, voltou ao cargo.
Enquanto o futebol brasileiro estiver subordinado a esse bando de oportunistas, dificilmente ganhará outra Copa do Mundo. Copa se conquista com talentos em campo. E, fora de campo, com homens honrados como o doutor Paulo.
Coincidência
Coincidência ou não, os títulos mundiais foram escasseando na medida em que o comando da CBF enveredou por práticas nada recomendáveis, que culminaram com inquéritos e processos por denúncias de corrupção. A pergunta é: até que ponto a convocação dos atletas é livre, sem a interferência de patrocinadores?
Pressão
A interferência pode ser de forma direta ou indireta. Se existe mesmo, não há como saber. A não ser que algum treinador venha a público dizer como funciona. Como até hoje nenhum reclamou, prefiro entender que esse tipo de pressão não existe. E, se existe, é de forma muito velada.
Redução
A verdade é que foram apequenando o futebol brasileiro e igualmente os seus cenários. Os estádios tiveram suas capacidades reduzidas. O Maracanã, outrora o maior do mundo, hoje é um estádio comum. O futebol pentacampeão do mundo não ganha sequer uma Copa América. Que retrocesso!
Ancelotti aceitou
Na segunda-feira (12), a CBF confirmou o italiano Carlo Ancelotti como novo treinador da Seleção Brasileira. Ele é vitorioso, estava no Real Madrid e assume o Brasil até a disputa da Copa do Mundo de 2026. Ele estreia na Seleção na próxima Data Fifa, em junho, contra Equador e Paraguai.
Respeito
O retorno a um caminho de vitórias passa necessariamente por um processo de transparência. Nestes negócios bilionários e de tantos interesses, há agentes de todos os matizes. Há gente honesta, sim. Mas há também quem trabalhe nas sombras. E há ainda quem trabalhe nas sobras. Está na hora de uma assepsia geral.
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