Tecnologia desenvolvida por cientistas brasileiros usa pigmento de repolho roxo para criar material inteligente que monitora alimentos

Imagine saber se o peixe está estragado sem precisar tocá-lo ou sentir o cheiro. Uma embalagem inteligente, desenvolvida por cientistas brasileiros, pode tornar isso realidade. Ela é capaz de mudar de cor conforme o alimento se deteriora.
A inovação foi criada por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em colaboração com a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.
Como funciona?
A tecnologia por trás da embalagem inteligente usa antocianinas — pigmentos naturais presentes em alimentos como o repolho roxo — que mudam de cor conforme a acidez do ambiente. Os cientistas aplicaram esses pigmentos em mantas de nanofibras, semelhantes a um tecido, capazes de detectar sinais de deterioração, como mudanças químicas e crescimento de bactérias.
Além de funcionais, essas mantas podem ser produzidas a partir de restos de alimentos, ajudando a reduzir o desperdício. Quando o alimento estraga, a embalagem muda de cor.
Produção mais fácil e barata
As mantas de nanofibras foram produzidas com a técnica de fiação por sopro em solução, que usa gás comprimido para formar fibras ultrafinas semelhantes ao algodão. O método é rápido, econômico, consome menos energia e permite produção em larga escala.
Quando vai chegar ao mercado?
A embalagem ainda não tem previsão para chegar ao mercado. Segundo os pesquisadores da Embrapa, apesar dos bons resultados com filés de merluza, ainda são necessários mais estudos para garantir a eficácia da tecnologia em outras espécies de peixes e frutos do mar.
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