A rede social tornou-se um dos focos da polêmica gerada pelo vazamento do diálogo, no qual Lula e Janja fizeram questionamentos sobre a atuação da plataforma no território nacional.

Após tomarem ciência da conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e o líder chinês Xi Jinping, representantes do TikTok enviaram uma carta por e-mail ao governo brasileiro. No documento, a plataforma se colocou à disposição para dialogar sobre sua atuação no país. Com informações da Folha de São Paulo.
A mensagem foi encaminhada ao Ministério das Relações Exteriores e, segundo fontes do governo, o chanceler Mauro Vieira já repassou o conteúdo ao presidente da República.
O alerta à sede global da empresa, localizada na China, foi feito pela própria equipe brasileira do TikTok, que monitorou as reações às declarações do casal presidencial no Brasil. A rede social tornou-se um dos focos da polêmica gerada pelo vazamento do diálogo, no qual Lula e Janja fizeram questionamentos sobre a atuação da plataforma no território nacional.
SUPOSTO ‘CLIMÃO’
De acordo com informações que circularam na mídia, a primeira-dama teria causado “um climão” ao abordar o tema durante o jantar oferecido por Xi Jinping a Lula. A repercussão negativa gerou desconforto no governo. O presidente considerou o vazamento um ato “inadmissível” e “desleal”, expressando sua insatisfação a ministros próximos e classificando o episódio como um ataque direcionado a Janja.
Durante entrevista concedida antes do retorno da comitiva brasileira ao país, Lula procurou minimizar a situação. “Perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para a gente discutir a questão digital, e sobretudo o TikTok”, afirmou.
Segundo ele, Janja pediu a palavra “para explicar o que está acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e contra as crianças”. A primeira-dama mencionou, entre outros pontos, o caso da menina Sarah Raíssa Pereira, de 8 anos, que morreu no Distrito Federal após participar do chamado “desafio do desodorante”, prática que circulava na rede social.
RESPOSTA DE XI Jinping
Lula relatou que Xi Jinping respondeu com compreensão e reforçou o direito do Brasil de tomar medidas sobre o tema. “Disse uma coisa que era o óbvio, [que] o Brasil tem o direito de fazer a regulamentação”, pontuou o presidente.
O petista também destacou a importância do apoio de parlamentares presentes no jantar. “Ainda bem que estava o [deputado federal] Elmar [Nascimento] e o [presidente do Senado] Davi [Alcolumbre] [no jantar] porque nós temos que regulamentar [a atuação das plataformas]. Não é possível a gente continuar, sabe, com as redes digitais cometendo os absurdos que cometem e a gente não ter a capacidade de fazer uma regulamentação”, concluiu.
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