Usuários têm utilizado a IA para desabafar sobre seus problemas emocionais, como se estivessem em uma sessão de terapia

Nos últimos anos, a ascensão de inteligências artificiais conversacionais tem gerado debates sobre seu impacto na sociedade. Entre as diversas aplicações do ChatGPT, um fenômeno recente chama a atenção de psicólogos e especialistas em saúde mental: usuários têm utilizado a IA para desabafar sobre seus problemas emocionais, como se estivessem em uma sessão de terapia. Entretanto, essa prática levanta preocupações e riscos significativos, segundo especialistas.
Com a popularização do ChatGPT, muitas pessoas começaram a recorrer à ferramenta para expressar angústias, traumas e dilemas pessoais. A acessibilidade e a ausência de julgamento fazem com que alguns enxerguem a IA como uma alternativa para lidar com questões emocionais. Relatos de usuários indicam que, em momentos de desespero, a conversa com o ChatGPT proporciona um certo alívio temporário.
Os especialistas destacam que recorrer à IA para questões emocionais pode gerar uma falsa sensação de apoio, levando o indivíduo a postergar a busca por ajuda profissional. Além disso, a inteligência artificial não tem capacidade para identificar sinais de problemas graves, como tendências suicidas ou transtornos psiquiátricos severos.
Outro risco envolve a privacidade e segurança dos dados. Apesar das diretrizes de uso de IA garantirem proteção de informações, alguns especialistas alertam que os diálogos podem ser analisados e utilizados para treinamento do modelo. Isso gera receios sobre o possível uso indevido de dados sensíveis compartilhados pelos usuários durante essas interações.
O uso do ChatGPT como uma forma de terapia informal é um reflexo da necessidade crescente de apoio emocional na sociedade contemporânea. No entanto, especialistas alertam que essa prática pode ser prejudicial e reforçam a importância de buscar ajuda profissional em situações de sofrimento psicológico.
Adcionar comentário