O Sistema Único de Saúde incorporou, nesta semana, três novos medicamentos para tratar a condição gratuitamente

O Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou, na terça-feira (26), três novos medicamentos para tratar a dermatite atópica, uma condição dermatológica crônica, inflamatória e não contagiosa que afeta, principalmente, crianças, mas que também tem sido cada vez mais frequente em adultos.
A condição forma eczemas em áreas do corpo como dobras, cotovelos, joelhos e pescoço, mas também pode se apresentar no rosto — a intensidade das lesões e a resposta aos tratamentos depende de cada pessoa. Algumas das principais características são coceira intensa, ardor e ressecamento da pele.

Em casos leves, conforme o Ministério da Saúde, é possível que os pacientes tenham crises intermitentes com remissão espontânea. Contudo, nos casos moderados a graves, os sintomas raramente desaparecem sem tratamento.
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Qual é o tratamento de dermatite atópica oferecido pelo SUS?
Dependendo da intensidade, o tratamento da dermatite atópica pode incluir o uso de hidratantes e medicamentos e uma mudança de hábitos, como passar a usar roupas macias e evitar alimentos específicos, em caso de alergia.
Atualmente, o SUS oferece três opções de cuidado: duas pomadas para aplicação direta na pele (dexametasona e acetato de hidrocortisona) e um remédio oral (ciclosporina) para casos graves. A rede pública também oferece consultas especializadas, exames e prescrição de outros medicamentos, conforme o quadro clínico de cada paciente.
Os tratamentos buscam reduzir sintomas, prevenir agravamentos, tratar infecções (quando presentes) e restaurar a integridade da pele.
“Na maioria dos pacientes com a forma leve da doença, os resultados positivos são alcançados apenas com o uso de terapias tópicas, que inclui hidratantes e emolientes, adaptações nos banhos, fototerapia, curativos/bandagens. […] Já para casos moderados ou graves, o tratamento envolve também medicamentos como corticoides, comprimidos e soluções orais”, detalha a pasta.

“Outro fator importante do tratamento é o enfrentamento a estigmas sociais impostos às pessoas que vivem com a condição, que, muitas vezes, convivem com preconceitos em vista das lesões visíveis na pele. Estamos falando de uma doença que acomete, muitas vezes, crianças em idade escolar, que podem deixar de ir às aulas por isso”, dimensiona a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS), Fernanda De Negri.
A representante do governo federal ressaltou ainda que, devido à condição, adultos também sofrem limitações em suas atividades diárias e, portanto, em sua qualidade de vida.
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Quais são os novos medicamentos incluídos no tratamento gratuito da dermatite atópica?
Nesta semana, além dos três medicamentos já oferecidos, o SUS incorporou ao tratamento da dermatite atópica outras duas pomadas para a pele (tacrolimo, considerado de alto custo, e furoato de mometasona) e um remédio oral (metotrexato).
As novas pomadas poderão tratar pacientes que não podem utilizar corticoides ou que apresentam resistência aos tratamentos disponíveis até então. Já o metotrexato deverá tratar a condição em seu estado grave e beneficiará, principalmente, quem não pode utilizar a ciclosporina.
Saiba para que serve cada um dos remédios:
- Tacrolimo: É uma pomada que pretende tratar lesões em áreas sensíveis, como o rosto, por exemplo, uma vez que reduz a permeabilidade da pele e melhora a barreira cutânea. Seu funcionamento é diferente dos corticoides, que podem causar efeitos adversos significativos com o uso prolongado;
- Furoato de mometasona: A intenção é promover alta adesão ao tratamento por sua eficácia na regeneração da pele sensível, auxiliando na cicatrização e proporcionando alívio rápido dos sintomas;
- Metotrexato: Trata-se de um imunossupressor que atua na modulação da resposta inflamatória, ajudando a controlar as crises da doença e reduzindo a necessidade do uso contínuo de corticosteroides sistêmicos.
Fonte: Ministério da Saúde
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Como acessar o tratamento?
Para ter acesso ao tratamento da dermatite atópica pelo SUS, é preciso ser acompanhado pelo posto de saúde mais próximo de casa. Na unidade, o médico fará a avaliação clínica e, se entender que há necessidade, encaminhará o paciente para consulta com especialista.

O especialista é que fará o diagnóstico da condição e definirá a conduta terapêutica mais adequada.
Segundo o MS, entre o ano passado e este ano, até hoje, a rede pública de saúde do País fez mais de mil atendimentos hospitalares e mais de 500 mil ambulatoriais relacionados à condição.
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