A Polícia Civil segue em busca dos autores diretos do assassinato e tenta identificar com precisão todos os envolvidos intelectuais e logísticos no crime.

A Polícia Civil do Espírito Santo investiga a hipótese de que o assassinato do vereador Leomar Cazotti Mandato (PV), de 43 anos, tenha sido motivado por vingança, após ele denunciar irregularidades em obras públicas que beneficiariam empresários da região de Governador Lindenberg, no Noroeste capixaba. O crime ocorreu em agosto do ano passado, e 17 pessoas estão sob investigação.
Dois suspeitos presos
Na sexta-feira (30), a polícia prendeu Maycon Oliveira Trarbach, de 31 anos, e Ronaldo de Oliveira, conhecido como “Cupim”. Segundo apurou a reportagem da TV Vitória/Record, os dois são tio e sobrinho. Ambos são apontados como envolvidos diretamente na execução do crime.
As investigações indicam que Maycon e Ronaldo teriam atuado junto a outros envolvidos que ofereceram suporte material e logístico à execução, embora os dois autores dos disparos ainda não tenham sido localizados.
Ataque durante ato político
O crime ocorreu em plena zona rural do município, momentos antes de um comício político. O vereador, que preparava o evento e adesivava veículos, foi surpreendido por dois homens em uma moto, um deles armado com um revólver calibre 38, que disparou várias vezes contra a vítima. Cazotti morreu no local.
Uma arma do mesmo calibre foi apreendida durante o cumprimento dos mandados e será submetida à perícia.
Testemunhas silenciosas e crime planejado
O delegado responsável pelo caso, Guilherme Eugênio Rodrigues, relatou a dificuldade enfrentada na apuração devido ao silêncio de testemunhas, apesar do crime ter ocorrido diante de várias pessoas.
“Nós temos um caso que todo mundo viu, mas que ninguém fala. Foi praticado durante um comício, uma área rural, que embora pareça erma, naquela hora se encontrava repleta de pessoas. O executor não usou sequer capacete durante a prática deste crime”, afirmou.
Segundo o delegado, a complexidade do caso está no envolvimento de diversos tipos de participantes.
“Ainda pairam suspeitas um pouco mais tênues, mais frágeis, em face de outras 15 pessoas. Em um homicídio como esse, embora uma única pessoa efetue os disparos, há possibilidade de que várias outras colaborem de alguma forma, quer por meio do empréstimo de veículos, armas, da disponibilização de informações privilegiadas que viabilizem a prática do crime. Então, chegamos ao todo, em princípio, a 17 suspeitos”, explicou.
Denúncias de fraude podem ter motivado o crime
O principal motivo investigado para o assassinato é a denúncia feita pelo vereador sobre um suposto esquema de fraudes em obras municipais, que teriam favorecido empresários locais. A polícia, no entanto, não descarta outras motivações.
Mandados e apreensões
Além das duas prisões, a operação realizada pela Polícia Civil cumpriu 17 mandados de busca e apreensão. Foram encontradas munições e quantias em dinheiro, cujas origens serão apuradas.
Apelo por informações
A colaboração da população é considerada fundamental. O delegado faz um apelo:
“Não necessariamente uma testemunha precisa saber exatamente quem foi o autor, mas qualquer peça que ela venha a fornecer pode se somar a um grande quebra-cabeça que vem se montando pouco a pouco”, afirmou.
A Polícia Civil segue em busca dos autores diretos do assassinato e tenta identificar com precisão todos os envolvidos intelectuais e logísticos no crime.
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