A vítima foi estrangulada com o cinto de segurança na Região Metropolitana de Fortaleza

O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou Antônio Lício Morais da Costa pela morte da influenciadora Beatriz Miranda. A jovem era ex-namorada do acusado e, segundo o MP, “foi vítima de feminicídio, mediante estrangulamento com cinto de segurança“.
O assassinato aconteceu na CE-060, na cidade de Maracanaú, em março deste ano, e Lício foi preso em flagrante. O casal estava dentro de um veículo Jeep Compass, que ainda foi incendiado como forma de tentar ocultar o cadáver de Beatriz.
O MP pede que Antônio Lício seja pronunciado, vá ao Tribunal do Júri e pague multa à família da jovem em reparação pelos danos causados: “conforme restou apurado, a vítima e o indiciado mantinham relacionamento amoroso por nove meses, que foi marcado por desavenças compartilhadas nas redes sociais, em especial o Instagram”.
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A reportagem não localizou a defesa do denunciado. Já a assistência de acusação “manifesta sua integral concordância com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, acompanhando de forma ativa toda a instrução processual com o firme propósito de buscar justiça e a consequente condenação do réu”.
“Reforçamos, ainda, que não será admitida qualquer tentativa de desrespeito à memória de Beatriz, em especial por consideração às suas filhas e familiares, que merecem preservar a dignidade de sua história e de sua dor”
AMEAÇAS E DISCUSSÕES ENTRE O CASAL
Investigadores ouviram pessoas ligadas ao suspeito e à vítima, que foram unânimes ao relatar que eles mantinham um “relacionamento violento e conturbado”. No dia do crime, Lício teria convencido Beatriz a ir encontrá-lo “sob o pretexto de irem juntos a uma festa”, mas no caminho assassinou a jovem.
Antônio Lício foi preso em flagrante e disse aos policiais que “agiu por impulso”.
Na versão de Antônio Lício, ele estava sendo ameaçado pela influenciadora, tendo a vítima, pouco antes do assassinato, “passado a lhe ameaçar de forma subliminar, dizendo que faria algo com ele”.
Na semana que antecedeu o feminicídio vídeos sobre uma briga entre os dois foram publicados nas redes sociais. Nas imagens, Lício acusa Beatriz de tê-la esfaqueado. A Polícia chegou a ser acionada, mas não houve prisão.
QUEM ERA A INFLUENCER BEATRIZ MIRANDA
A cearense criadora de conteúdo tinha mais de 1 milhão de seguidores num aplicativo de vídeos e mais de 37,6 milhões de curtidas, e outros 95 mil seguidores em outra rede social.

Ela divulgava piadas, viagens e outros conteúdos nas suas redes.
Bia também compartilhava sua rotina com o então companheiro, Lício Morais, 20 anos. Ela já estava na internet há quase 4 anos, e era mãe de duas meninas.
Com vídeos que variam entre 300 mil a mais de seis milhões de views, a influenciadora descrevia que “trabalhava duro” e que tinha “conteúdos novos todos os dias” para manter os seguidores engajados.
Os conteúdos eram voltados para danças ou algum tipo de situação voltada ao dia a dia, até mesmo algumas postagens sobre a própria repercussão de uma discussão com o então namorado.
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