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O microfone, narradores, recordações

Agora, que a Série A vai ter uma paralisação, aproveito para escrever sobre outros temas ligados ao futebol. Pergunto: como seria o futebol sem os narradores esportivos? Você já parou para pensar? Acho que se assemelharia ao cinema mudo. Faltaria algo para lhe dar graça e beleza. 

Leia a coluna de Tom Barros

Escrito por
Tom Barrosproducaodiario@svm.com.br
11 de Junho de 2025 – 07:00

Legenda: Leia a coluna de Tom Barros (11)
Foto: Divulgação/Redes Sociais

Agora, que a Série A vai ter uma paralisação, aproveito para escrever sobre outros temas ligados ao futebol. Pergunto: como seria o futebol sem os narradores esportivos? Você já parou para pensar? Acho que se assemelharia ao cinema mudo. Faltaria algo para lhe dar graça e beleza.

Quando não havia televisão, o narrador de futebol estimulava, pelo rádio, a imaginação dos desportistas. Havia os que exageravam na dose. Diziam que a bola havia passado rente à trave, quando, na verdade, passara a metros de distância. Assim, haja emoção durante toda a partida.

O primeiro narrador de futebol, de quem me tornei ardoroso fã, foi Jaime Rodrigues. Eu tinha oito anos. Ele, na década de 1950, trabalhou na Ceará Rádio Clube e na Rádio Iracema. Jaime tinha uma voz linda. Uns 16 anos depois, em 1970, quis o destino que, pela Rádio Dragão do Mar, eu fizesse uma narração em dupla com ele. Inesquecível.

A magia do futebol pelo rádio estava no cenário criado pelos narradores. Depois, com a chegada da televisão, as imagens reais não mais dependiam do locutor. Mesmo assim, os bons narradores ainda fazem a diferença.

 

Microfone

Entre os narradores da década de 1950, a preferência total era pelo microfone “Cara de Gato”. Até 30 anos depois, já na década de 1970, ainda fazia a diferença. Narrei muito com ele. Meu preferido. A qualidade da voz parecia mais encorpada. Microfone Turner 33D Dynamic, o “Cara de Gato”, também chamado de “Cabeça de Gato”.

 

Nomes

Em 1965, quando ingressei na Rádio Uirapuru, passei a ter contato com os narradores da época: Ivan Lima, Wilson Machado, Júlio Sales, Gomes Farias, José Cabral, os irmãos José Monteiro e Jair Monteiro, Vilar Marques, Cauby Chaves, Audir Dudman, Oliveira Ramos e Bonifácio de Almeida. Saudade muita, meus amigos.

 

Década de 1970

Uma turma nova começou a acontecer no rádio cearense na década de 1970: Bonavides Neto, Piter Soares, Carlos Fred, Moésio Loiola, Messias Alencar, João Eudes (o Bolinha) e Francisco de Assis (o Foguinho). Anastácio de Castro e o Bosco Farias, creio, são de décadas depois. Halmalo Silva (década de 1970) veio do Rio.

 

Túnel do tempo

De forma desordenada, minha memória foi buscando no tempo os nomes e as recordações. Certamente, devo ter esquecido alguns nomes. Peço desculpas se cometi algum lapso de memória. Mas, vejam bem: citei apenas nomes das décadas de 1950 a 1970.

 

Leilão

Vi, na Internet, leilões de vários exemplares do “Cara de Gato”. Alguns colecionadores guardam, com muito carinho, o microfone Turner 33D Dynamic. A preferência por ele perdurou três décadas (de1950 a 1970). Sugestão: na próxima festa da APCDEC, seria possível expor um “Cara de Gato”? Meu coração agradecerá.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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