Empresário da indústria metalúrgica, Ricard Pereira reclama da falta de mão de obra simples e qualificada, mas anuncia: a tecnologia vai superar este problema
Escrito por
Egídio Serpaegidio.serpa@svm.com.br
11 de Julho de 2025 – 08:29
(Atualizado às 08:52)
Legenda: Com a garantia mensal do Bolsa Família, o brasileiro – o cearense no meio – prefere o emprego informal, diz Ricard Pereira
Foto: Kid Júnior / SVM
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Depoimento de Ricard Pereira, um industrial metalúrgico cearense assustado com a dificuldade que sua empresa enfrenta, há cinco meses, para contratar – formalmente, isto é, com carteira assinada – mão de obra simples e qualificada:
“É impossível vencer o governo, que é hoje nosso maior concorrente no mercado de trabalho”.
Você tem como provar o que diz? — indagou a coluna. Ele explicou:
“Vou dar-lhe uma situação que eu registrei no cafezinho da esquina, aqui perto de nossa fábrica.”
E contou que, na semana passada, se sentou à mesa com uma jovem, mãe de dois filhos, que revelou trabalhar “numa creche particular, sem carteira assinada, porque já recebo R$ 1.200,00 de auxílio do governo”. O empresário quis saber se ela era protegida pela seguridade social. E a resposta veio assim: “Isso não me interessa, pois o que me interessa é o dinheiro no bolso todo fim de mês”. O industrial insistiu: “A que horas você entra no trabalho?” A moça respondeu: “Às 8 horas.” Ricard Pereira lembrou que já eram 8h15. Ela redarguiu de bate-pronto: “Se eu chegar atrasada, tem problema não”.
Trabalhando para uma organização privada que, mensalmente, lhe paga uma gratificação suficiente para sustentar seus dois filhos, mas sem qualquer proteção legal, podendo chegar e sair na hora que desejar, a moça desta história prefere a informalidade no mercado de trabalho. Empregar-se formalmente, via CLT, ou seja, com todos os direitos trabalhistas garantidos, incluindo um Plano de Saúde, as pessoas de baixa renda e de educação deficiente – homens e mulheres – não querem mais.
“Alguns optam por ser motorista ou mototaxista de aplicativo, outros por abrirem um ponto de venda de confecções no meio da rua, na feira pública que funciona, a céu aberto, todos os dias no entorno da Secretaria da Fazenda e do Mercado Central, aqui em Fortaleza. Estes podem ser classificados como empreendedores, mas a maioria já preferiu a ociosidade remunerada pelo governo”, explica o mesmo empresário da indústria metalúrgica, preocupado com o futuro próximo da indústria, do comércio, da agropecuária e do setor de serviços. Ele expõe:
“O governo está atrapalhando o setor produtivo. O Bolsa Família, um programa de distribuição de renda muito bem pensado, porém mal executado, precisa dispor de duas portas: a de entrada e a de saída, pois não é nem será possível perpetuar essa ociosidade paga com dinheiro público. Diante disso, como fica o empresário que produz, que paga imposto, que é fiscalizado e punido quando alguma coisa acontece, que necessita de mão de obra que hoje não existe? E preste atenção para este detalhe: quando a empresa contrata pela CLT um colaborador por R$ 2 mil, ele assume a responsabilidade integral pelos direitos trabalhistas do contratado, e isto duplica esse valor. Tudo isto e muito mais compõem o Custo Brasil, que hoje, segundo a CNI passa de R$ 1,5 trilhão.”
Ricard Pereira informou que, nesta semana, se encontrou com o engenheiro e empresário cearense Joaquim Caracas, dono da Impacto Protensão, empresa que não para de buscar inovação tecnológica para a construção civil, que tem atuação internacional, que tem inúmeras patentes registradas. Caracas disse-lhe que, em Santa Catarina, onde esteve há poucos dias, a idade média dos trabalhadores das construtoras de lá é de 50 anos. No Ceará, essa idade na construção civil gira em torno de 46 anos, o que quer dizer que a juventude está chutando o emprego formal. Então, qual é a saída? — quis saber a coluna. Resposta de Ricard Pereira:
“A única alternativa, segundo me disse Joaquim Caracas, está na ciência e na tecnologia. E por quê? Porque a mão de obra vai faltar. Isto já começou aqui no Ceará, onde as construtoras começaram a industrializar os seus processos. Fabricar paredes fora da obra e paredes em formas é uma saída já em uso. Teremos aqui o que já existe no Japão e na Austrália: fábricas de casas, algo que o engenheiro e empresário André Montenegro e sua construtora fazem para o Minha Casa, Minha Vida. O Joaquim Caracas já criou um processo por meio do qual um servente de pedreiro, e não o pedreiro, pode erguer, com 100% de perfeição, uma parede, usando a nova tecnologia, que absorve novos elementos e aumenta a produtividade.”
Finalizando seu depoimento, Ricard Pereira disse:
“Estou otimista porque o Ceará e os cearenses são incrivelmente inovadores e logo superarão essas dificuldades.”
AD2M ASSUME COMUNICAÇÃO DA BRISANET
Novidade na área da comunicação no Ceará! A agência AD2M assumiu, oficialmente, a assessoria de imprensa da empresa cearense Brisanet, uma das maiores operadoras regionais de telecom do Brasil.
Sediada em Pereiro, no sertão do Ceará, e com mais de 26 anos no mercado e atuação consolidada em todo o Nordeste, a Brisanet, cujo fundador e controlador é o empresário autodidata José Roberto Nogueira, oferece serviços de internet banda larga, telefonia móvel (4G/5G), streaming de música, tevê por assinatura e telefonia fixa, além de um portfólio amplo de soluções voltadas para o mercado corporativo e governamental.
A Brisanet é uma empresa de capital aberto, com ações negociadas na Bolsa de Valores B3,
A partir de agora, a AD2M será o ponto de contato da Brisanet com os veículos de comunicação para demandas de imprensa relacionadas à companhia, incluindo entrevistas, posicionamentos oficiais, atualizações institucionais e pautas estratégicas.
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