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Cães expostos à radiação de Chernobyl mostram imunidade ao câncer, entenda

Após décadas vagando pelas ruínas da zona de exclusão nuclear, alguns animais vêm exibindo alterações genéticas que estão desafiando a compreensão da ciência sobre evolução, mutação e sobrevivência em ambientes extremos.

No total, os pesquisadores identificaram 15 famílias genéticas, com linhagens que cruzam entre as três localidades.

Cães expostos à radiação de Chernobyl mostram imunidade ao câncer, entenda | Reprodução
Cães expostos à radiação de Chernobyl mostram imunidade ao câncer, entenda | Foto: Reprodução

Após décadas vagando pelas ruínas da zona de exclusão nuclear, alguns animais vêm exibindo alterações genéticas que estão desafiando a compreensão da ciência sobre evolução, mutação e sobrevivência em ambientes extremos.

 

Um estudo internacional publicado no início deste ano na revista Science Advances revelou que os cães que vivem nas proximidades da antiga usina de Chernobyl, na Ucrânia, desenvolveram uma estrutura genética inédita, resultado não apenas da radiação, mas de um processo acelerado de adaptação a condições severas e de isolamento populacional.

CHERNOBYL

A pesquisa, liderada pelos cientistas Gabriella J. Spatola e Timothy A. Mousseau, analisou amostras de sangue de 302 cães coletadas entre 2017 e 2019 em três locais: a usina nuclear de Chernobyl, a cidade de Chernobyl (a 15 km de distância) e Slavutych, cidade construída após o desastre para abrigar os trabalhadores da usina, a cerca de 45 km do epicentro.

Raízes no desastre

Em 1986, a explosão do reator 4 da usina de Chernobyl lançou enormes quantidades de materiais radioativos como césio-137 e iodo-131 na atmosfera, contaminando uma área de mais de 2.600 km² e forçando a evacuação imediata de dezenas de milhares de pessoas. Muitos animais de estimação foram deixados para trás, entre eles, os ancestrais dos cães que hoje habitam a região.

Com o tempo, e na ausência de presença humana constante, a vida selvagem começou a se restabelecer. Cães, lobos, javalis e até cavalos passaram a ocupar o espaço, mas com transformações notáveis.

RAÇAS E A GENÉTICA

Seguno o jornal Indian Defence Review (IDR), os testes genéticos mostraram que os cães da zona da usina apresentam uma baixa diversidade genética e são muito semelhantes entre si, o que sugere um “efeito fundador”, ou seja, uma população que surgiu de poucos indivíduos e se reproduziu entre si. Já os cães da cidade de Chernobyl exibem uma diversidade muito maior, enquanto os de Slavutych demonstram traços genéticos próximos a raças modernas, como labradores e yorkshires, o que representa um indício de introduções mais recentes de cães domésticos na área.

No total, os pesquisadores identificaram 15 famílias genéticas, com linhagens que cruzam entre as três localidades. Apesar de isolados, os cães compartilham ancestralidade com raças como pastor alemão, boxer e rottweiler.

Com informações do O GLOBO.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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