Preso desde o início desta semana, Renê da Silva Nogueira Júnior teve a detenção mantida pela Justiça nessa quarta-feira (13)

O empresário suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes em Belo Horizonte (MG), possui histórico de violência. Entre os delitos, Renê da Silva Nogueira Júnior é suspeito de praticar violência doméstica contra duas antigas companheira, tendo, inclusive, quebrado o braço de uma delas, além de ter se envolvido em um sinistro de trânsito que deixou uma pessoa morta.
Preso desde segunda-feira (11), horas após supostamente usar a arma da esposa delegada para assassinar a vítima, o homem teve a detenção mantida pela justiça durante a audiência de custódia, realizada nessa quarta-feira (13).
Na ocasião, o juiz classificou a personalidade do empreendedor como “violenta e desequilibrada” e destacou o histórico violento, relembrando que ele é investigado pelo crime de lesão corporal grave contra uma ex-parceira, que teria tido um dos braços quebrados na ocasião. As informações são do portal g1.
“Chama atenção o documento juntado pelo Ministério Público [de Minas Gerais], em que o acusado responde a outra ação penal já com denúncia recebida [pela Justiça] de lesão corporal grave no ambiente de violência doméstica, onde inclusive o braço da moça foi fraturado”, detalhou o magistrado Leonardo Damasceno.
Na audiência, a defesa do investigado solicitou o relaxamento da prisão, afirmando não haver indícios suficientes para mantê-la e destacando que o cliente é réu primário, possui bons antecedentes e residência fixa, além de solicitar que o caso fosse colocado sob sigilo, mas o juiz não acolheu os argumentos.
Pé da ex quebrado e casa destruída
Segundo um boletim de ocorrência registrado no Rio de Janeiro em 2021 por outra antiga companheira, Renê teria a agredido, “segurando-lhe pelos braços e empurrando-a na parede”. A mulher detalhou que, na época, o episódio teria resultado numa fratura em um dos pés.
O documento ainda detalha que o suspeito teria se enfurecido e destruído a casa, “revirando os bens no interior do imóvel”, após perder os documentos e a vítima não encontrar a carteira dele.
A mulher ainda denunciou que o empresário teria ameaçado ela e seus familiares de morte, além de desferir socos e pontapés contra animais de estimação do casal, visando abalá-la psicologicamente.
Em outro boletim de ocorrência, também de 2021, a ex-companheira disse que Renê, insatisfeito com o fim do relacionamento, teria a agredido com empurrão e vassouradas.
Conforme o portal g1, não há informações sobre se cada um desses casos motivou processos contra o empresário. No entanto, o nome dele estaria envolvido em uma ação que corre em segredo de justiça.
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O que aconteceu?
Na segunda-feira, o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi baleado enquanto trabalhava, na manhã de segunda-feira, logo após o suspeito ameaçar a motorista do caminhão de lixo, identificada como Eledias Aparecida Rodrigues, ao exigir que ela retirasse o veículo da via para que ele passasse com o carro.
Segundo relato da testemunha, René demonstrou pressa e chegou a afirmar que “daria um tiro” no rosto da mulher. Após a ameaça, ele teria descido do carro e mirado nos garis que tentavam pedir calma diante da situação.
Eledias explicou ter visto todo o crime por meio do retrovisor do caminhão. “Ele vai atirar, ele está armado”, contou ela sobre o que teria dito antes do disparo que atingiu Laudemir.
“Ele se irritou porque o trânsito ficou agarrado e não poderia passar no momento que ele queria, porque o carro dele é um carro grande. Os carros populares menores passaram e ele teve que esperar”, disse a motorista.
Em entrevista ao jornal O Tempo, ela relatou que não houve nenhuma briga de trânsito, o que destacaria ainda mais a gravidade do caso e a “violência gratuita” com os profissionais que estavam no local.
Laudemir foi socorrido por uma equipe da Polícia Militar, que o encaminhou ao hospital. Apesar disso, a vítima não resistiu aos ferimentos.
Quem é Renê Junior?

Em seu perfil do Instagram, com cerca de 28 mil seguidores, Renê Júnior se apresenta como “Christian, husband, father & patriot”, que em tradução para português significa: cristão, marido, pai e patriota. Em outro profissional, ele se intitula como CEO da empresa Fictor Alimentos.
Em nota, a Fictor Alimentos LTDA afirmou que Renê era prestador de serviços da empresa há cerca de duas semanas e foi desligado. Já a Fictor Alimentos S/A negou qualquer vínculo empregatício com ele.
Renê é marido de Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, delegada da Polícia Civil, e atualmente lotada na Casa da Mulher Mineira. A delegada foi levada pela Corregedoria e se tornou alvo de investigação, após Renê informar em depoimento que a arma do crime pertence a ela. Ela não estava no veículo no momento da discussão com o gari.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais confirmou o procedimento disciplinar e inquérito para apurar a conduta da delegada e afirmou que outras informações serão divulgadas posteriormente.
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