Marcado para o dia 31 de outubro, o certame oferecerá 11 lotes de concessão em 13 estados do país, com investimento de R$ 7,6 bilhões
Escrito por
Egídio Serpaegidio.serpa@svm.com.br
14 de Agosto de 2025 – 10:41
(Atualizado às 10:51)
Legenda: As LTs que serão leiloadas em outubro acrescentarão mais de 4 GW de capacidade de transformação ao sistema. elétrico nacional
Foto: Agência Brasil
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Elaborado por Maria Guilhermina, head de Energia da Tracbel – multinacional de consultoria em engenharia especializada em energia – no Brasíl, Chile e Canadá, o texto a seguir traz a boa notícia de que o governo promoverá, em outubro, mais um leilão de transmissão elétrica. Esse reforço na malha de transmissão vai exigir um investimento estimado em R$ 7,6 bilhões por parte dos empreendedores vencedores do certame.
Guilherme detalhe e comenta sobre os objetivos do leilão, que interessa, também, aos cearenses, pois os projetos ligam os fios de Norte ao Sul do país. Esta coluna publica o texto pela sua oportunidade e objetividade, contribuindo para a melhor informação dos seus leitores. Eis o texto:
“Marcado para 31 de outubro de 2025, o Leilão nº 4/2025 de transmissão elétrica será o único certame do ano para contratação de novos projetos de transmissão. O contexto não poderia ser mais relevante: com a crescente oferta de geração – especialmente fontes renováveis como eólica e solar – é imprescindível garantir que essa energia chegue de forma confiável aos centros de consumo.
“Além de atender a essa demanda, esse leilão também se tornou um evento muito aguardado pelo mercado, por consolidar investimentos bilionários em redes elétricas e abrir novas oportunidades para empresas do setor. De acordo com o edital provisório, o leilão ofertará 11 lotes de concessões envolvendo obras de linhas de transmissão e subestações em diversas regiões do país, com projetos distribuídos por 13 estados brasileiros, cobrindo do Norte ao Sul do Brasil.
“Juntas, as novas linhas somam aproximadamente 1.178 km de extensão, acompanhadas da instalação e ampliação de subestações que adicionam cerca de 4.400 MVA de capacidade de transformação ao sistema. Esse reforço na malha de transmissão vai exigir um investimento estimado em R$ 7,6 bilhões por parte dos empreendedores vencedores.
Segurança energética e integração de renováveis
“O Leilão 4/2025 desempenha um papel fundamental para conciliar sustentabilidade e segurança energética: viabiliza a inserção maciça de energias limpas, ao mesmo tempo em que preserva a estabilidade elétrica necessária para sustentar o desenvolvimento econômico.
“Com a expansão da matriz de geração por fontes renováveis – muitas localizadas em áreas remotas com alto potencial de vento ou sol – a transmissão torna-se o elo crítico para que essa energia limpa efetivamente atenda à demanda dos grandes consumidores. Sem linhas suficientes, parques eólicos e solares poderiam ficar restringidos, gerando desperdício de potencial por falta de escoamento de energia ou sobrecarga em trechos existentes.
“O Leilão 4/2025 foi estruturado justamente para mitigar riscos e eliminar gargalos no sistema elétrico nacional. Os projetos contemplados irão ampliar significativamente a capacidade de transmissão, garantindo que a energia gerada nas regiões produtoras chegue de forma estável e segura aos principais centros consumidores. Um exemplo é a obra prevista para os estados do Sul (Rio Grande do Sul e Paraná), que fortalecerá a rede elétrica regional, reduzindo riscos de oscilações e interrupções no fornecimento, especialmente frente ao crescimento das demandas industrial e urbana.
“Além da construção de linhas e subestações, o edital prevê a instalação de equipamentos modernos de controle e estabilidade. Estão incluídos, por exemplo, sistemas de Controle Automático Rápido de Reativos (CARR) e Compensadores Síncronos em certos lotes. Esses dispositivos permitem regular tensões e fluxos de potência de forma dinâmica, atuando para manter o equilíbrio da rede e evitar problemas como quedas de tensão ou apagões em cascata.
Oportunidade de investimento
“Tradicionalmente, leilões de transmissão no Brasil atraem concessionárias especializadas, construtoras, empresas de engenharia e investidores financeiros – nacionais e estrangeiros – interessados em projetos de longo prazo com receitas reguladas.
“No Leilão 4/2025 não será diferente: os vencedores assumirão a construção e operação desses ativos por décadas, recebendo a Receita Anual Permitida (RAP) como remuneração, o que garante fluxos de caixa estáveis atrelados à disponibilidade das instalações.
“As empresas vencedoras das concessões terão pela frente desafios complexos, que vão desde a revisão detalhada dos estudos de viabilidade técnica e financeira, obtenção de licenciamentos ambientais, negociações fundiárias, negociação com órgãos reguladores e contratação de empresas EPCistas, até o gerenciamento das obras e coordenação das interfaces entre fornecedores. As empresas EPCistas, por sua vez, desempenham um papel fundamental dentro desse processo. Um de seus desafios é a contratação de uma engenharia de alta qualidade para a elaboração dos projetos básicos e executivos das linhas e subestações alinhados aos requisitos do edital e às exigências técnicas do setor elétrico.
“Para enfrentar esses desafios com eficiência, muitas empresas têm optado por contratar consultorias especializadas que oferecem soluções completas, garantindo agilidade nos processos, maior qualidade e segurança na execução das obras.
“Contratar uma consultoria multidisciplinar permite aos empreendedores reduzir significativamente a complexidade operacional dos projetos. Essas empresas normalmente contam com equipes que agregam diferentes expertises técnicas, incluindo especialistas em engenharia elétrica, ambiental e civil, analistas regulatórios, dentre outros. Com isso, elas tornam-se capazes de contribuir diretamente para a redução de atrasos e custos adicionais, aumentando as chances de sucesso das concessões desde a fase inicial até a entrada em operação das instalações.
“Ao fortalecer a infraestrutura elétrica nacional, o leilão traz consigo não apenas uma expansão estratégica da rede de transmissão, mas também oportunidades significativas para investidores e benefícios econômicos diretos às regiões contempladas. Ao mesmo tempo, a escolha assertiva de consultorias integradas permitirá às concessionárias assegurar que cada empreendimento seja entregue com qualidade técnica, responsabilidade ambiental e viabilidade econômica. Dessa forma, os novos projetos impulsionarão um ciclo de crescimento sustentável e segurança energética para o Brasil, preparando o país para os desafios e demandas das próximas décadas.”
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