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Ceará em alerta! Equador quer vender camarão para o Brasil

Na segunda-feira, 18, o presidente Lula recebeu, em Brasília, o seu par equatoriano Daniel Noboa, um político autoproclamado “empresário com coração e um social-democrata moderado”, mas, segundo a mídia latino-americana, com atitudes que o levam da centro-direita à direita. Ele conquistou o poder ao derrotar a extrema esquerda do ex-presidente Rafael Correa, condenado por corrupção e hoje exilado em Bruxelas, na Bélgica. Lula e Noboa trocaram afagos e promessas de estreitamento das relações diplomáticas e comerciais entre os dois países.  

Os equatorianos também querem vender banana no mercado brasileiro. Eles são os maiores produtores e exportadores do mundo

Escrito por

Egídio Serpaegidio.serpa@svm.com.br

20 de Agosto de 2025 – 07:09

(Atualizado às 07:16)

Egídio Serpa

Legenda: A carcinicultura equatoriana enfrenta mais de 10 doenças, algumas das quais não há no Brasil. O governo brasileiro sabe disto.

Foto: Divulgação

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Na segunda-feira, 18, o presidente Lula recebeu, em Brasília, o seu par equatoriano Daniel Noboa, um político autoproclamado “empresário com coração e um social-democrata moderado”, mas, segundo a mídia latino-americana, com atitudes que o levam da centro-direita à direita. Ele conquistou o poder ao derrotar a extrema esquerda do ex-presidente Rafael Correa, condenado por corrupção e hoje exilado em Bruxelas, na Bélgica. Lula e Noboa trocaram afagos e promessas de estreitamento das relações diplomáticas e comerciais entre os dois países.

No ano passado de 2024, a balança comercial do Brasil com o Equador – nas duas mãos, isto é, na exportação e na importação — somou US$ 1,1 bilhão. Noboa disse, na visita que fez ao presidente do Senado, David Alcolumbre, na mesma segunda-feira, que estava no Brasil para ampliar esse comércio bilateral.

Na conversa com Lula, Noboa, repetiu um pedido antigo: que o Brasil abra seu mercado para a banana e o camarão equatorianos. Para os que ainda não sabem: o Equador é o maior produtor e exportador mundial de banana e de camarão, sendo responsável por 25% da produção e da exportação da banana que o mundo come. Em 2023, o Equador exportou, só em banana, o equivalente a US$ 3,6 bilhões (o Brasil e sua fruticultura exportaram pouco mais de US$ 1,2 bilhão em 2024).

O jornal El Comercio, um dos mais importantes de Quito, capital do Equador, publicou ontem, em seu site, uma foto de Lula com Noboa, com a seguinte manchete: “Banano e camarón de Equador volverán a Brasil”. Não é nem será bem assim.

Faz dois anos que o governo e o empresariado equatorianos querem, também, exportar seu camarão para o Brasil. Tudo estaria bem, se não fosse um detalhe importantíssimo, de ordem fitossanitária: a carcinicultura do Equador enfrenta mais de 10 doenças, a maior parte delas sem registro no Brasil. Por esta razão, o ministério brasileiro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) opôs seu veto à pretensão equatoriana, baixando uma resolução proibindo a importação do camarão de lá. Mas a resolução do Mapa não tem impedido que a liderança política e empresarial do Equador siga pressionando o governo do Brasil no sentido de que abra o seu mercado para o seu produto.

“É uma pretensão difícil de ser atendida, mesmo porque a decisão do Mapa de impedir essa importação está sustentada por sólidos argumentos técnicos e científicos de sua própria equipe de especialistas”, como explicou à coluna o empresário cearense Cristiano Maia, presidente da Camarão BR, entidade integrada pelos maiores produtores de camarão do país.

A carcinicultura brasileira – 90% da qual se desenvolvem no Nordeste, sendo o Ceará líder dessa atividade, produzindo mais da metade (54%) da produção nacional – tem investido bastante nos últimos anos para controlar e evitar pragas e doenças. A última dessas doenças foi a mancha branca, o que levou os laboratórios dos grandes carcinicultores a pesquisar a sua origem, num esforço que permitiu a apropriação de novas tecnologias para a cultura do camarão, reduzindo a praticamente zero o registro de novos casos.

O próprio Cristiano Maia ampliou o quadro dos especialistas de seu moderno e gigantesco laboratório instalado no Rio Grande do Norte (um dos quais veio da Austrália), e o esforço deu certo: a mancha branca foi controlada e a produção de larvas foi multiplicada, atendendo, inclusive, à demanda dos milhares de pequenos criadores de camarão espalhados pelos municípios cearenses e potiguares.

Resumindo: uma parte do pedido do presidente do Equador, Daniel Noboa, já foi atendido: o Mapa abriu o mercado brasileiro para a banana equatoriana desidratada, que pode ser chamada de “banana passa”, aquela que, também produzida no Brasil, é vendida como sobremesa pelo seu gosto doce.

Ontem, este colunista conversou com os três maiores produtores cearenses de banana – Edson Brok, Fábio Régis e João Teixeira, e eles disseram que acompanham a movimentação e as tratativas das autoridades do Brasil e do Equador, mas estão tranquilos por um motivo crucial: neste momento, o preço da banana brasileira é bem menor do que o da sua concorrente do Equador.

CIMENTO APODI NA EXPOCONSTRUIR

Iniciado ontem, prossegue hoje e até sexta-feira, no Centro de Eventos do Ceará, a ExpoConstruir 2025, uma das principais feiras da cadeia produtiva da construção civil no Norte e Nordeste do Brasil.

 Do evento está participando, com estande próprio, a Cimento Apodi, cujos gerentes de Marketing, Fabio Takano, e de Vendas, Mardônio Alves, ministrarão palestras sobre o setor de cimentos.

Além de contribuir com a programação técnica do evento, a Cimento Apodi está expondo suas novidades e promovendo o relacionamento com profissionais do setor.

A ExpoConstruir é reconhecida por reunir expositores de todo o Brasil e proporcionar um ambiente estratégico para negócios, lançamentos e capacitação técnica, contribuindo para o desenvolvimento do setor da construção civil na região.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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