É seguro usar banheiro público? Especialistas explicam os riscos de doenças em vasos sanitários e a importância da higiene das mãos. Descubra!

Ao entrar em um banheiro público, muita gente tem o hábito de fazer um “ninho” de papel higiênico para cobrir o assento antes de usá-lo. Mas será que essa prática realmente protege contra doenças? A BBC ouviu especialistas em saúde pública e microbiologia para responder a essa questão.
Risco de doenças é baixo
Segundo Jill Roberts, professora de saúde pública e microbiologia da Universidade do Sul da Flórida, o risco de contrair uma doença pelo assento de um vaso sanitário é extremamente baixo.
Ela explica que bactérias e vírus responsáveis por infecções sexualmente transmissíveis não sobrevivem por muito tempo fora do corpo humano, muito menos em superfícies como privadas.
“Se os assentos transmitissem essas doenças com facilidade, veríamos infecções em todas as idades, inclusive em pessoas sem vida sexual ativa”, afirma Roberts.
Doenças transmitidas pelo sangue também são improváveis de serem contraídas dessa forma, já que a própria aparência do vaso geralmente leva as pessoas a evitarem contato em casos de sujeira visível.
E quanto às infecções urinárias?
De acordo com a especialista, a chance de uma infecção urinária surgir pelo contato com o assento é mínima.
“Seria necessário haver uma grande quantidade de fezes no vaso e que essas fossem transportadas até o trato urinário. O risco maior, especialmente para mulheres, está em limpar muito próximo à região genital”, explica.
A exceção: HPV
O papilomavírus humano (HPV) é uma das poucas exceções. Como ressalta Karen Duus, professora de microbiologia, esse vírus pode sobreviver até uma semana em superfícies por causa de sua estrutura resistente. Ainda assim, só seria transmitido em caso de contato com feridas ou lesões na pele.
O “ninho” de papel resolve?
Cobrir a privada com papel higiênico pode parecer uma proteção, mas não garante segurança.
“O papel é poroso e não impede totalmente a passagem de germes. Além disso, agachar em vez de sentar pode prejudicar a musculatura pélvica, levando a esforço desnecessário e até a infecções urinárias”, alerta Stephanie Bobinger, especialista em saúde pélvica.
O verdadeiro perigo: as mãos
Os especialistas destacam que o maior risco está, na verdade, nas mãos. O contato com superfícies como a descarga, maçanetas e dispensadores de toalhas de papel pode deixar partículas que, se levadas à boca, podem causar náuseas, vômitos e diarreia.
“Grande parte das pessoas se preocupa apenas com o assento, mas a atenção deve estar na higienização das mãos”, reforça Roberts.
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