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Adultização infantil cresce na era digital e expõe crianças a riscos precoces

A preocupante temática da adultização infantil ganhou ainda mais visibilidade e urgência após a recente viralização de um vídeo do influenciador Felca, que já ultrapassou a marca de 45 milhões de visualizações. O conteúdo reacendeu a discussão sobre a crescente exposição de crianças a responsabilidades e conteúdos inadequados para suas idades, um fenômeno com potenciais impactos devastadores em sua saúde mental e desenvolvimento.

 

A preocupante temática da adultização infantil ganhou ainda mais visibilidade e urgência após a recente viralização de um vídeo do influenciador Felca, que já ultrapassou a marca de 45 milhões de visualizações. O conteúdo reacendeu a discussão sobre a crescente exposição de crianças a responsabilidades e conteúdos inadequados para suas idades, um fenômeno com potenciais impactos devastadores em sua saúde mental e desenvolvimento.

Diante desse cenário, é fundamental colocar a adultização infantil em debate e promover ações de conscientização entre pais, educadores e toda a sociedade. A psicóloga, neuropsicóloga e educadora parental Sarah Rebeca Barreto, como isso pode acontecer.

“A recente viralização sobre o tema demonstra a sensibilidade do público em relação a essa questão. A adultização acontece quando a criança assume responsabilidades, preocupações ou comportamentos que não correspondem à sua idade. Alguns sinais comuns incluem preocupações excessivas com assuntos de adulto, como dinheiro, trabalho ou problemas familiares; um comportamento de responsabilidade exagerada, em que parece um “pequeno adulto”, cuidando de irmãos ou tentando resolver situações que não cabem a ela; uso de linguagem e interesses que não são compatíveis com a idade, deixando de lado o universo infantil; perda do prazer em brincar e em atividades típicas da infância; isolamento social, preferindo a companhia de adultos em vez de interagir com outras crianças; além de sinais físicos e emocionais de estresse, como dores de cabeça, dificuldade para dormir, irritabilidade, ansiedade ou tristeza frequente”, pontua a profissional de psicologia.

A enfermeira, Geralda de Aquino, é mãe e possui uma filha de 4 anos. Ela explica, que quando criança, cuidou dos seus irmãos, ajudava a cuidar da casa e tinha algumas atividades que não fazia tanta parte do escopo de ser criança. “Claro que eu ia para a rua, brincava de bonecas, tinhas minhas amigas de brincar durante a tarde, mas sempre tinha minhas ‘obrigações’. Naquela época, tínhamos que ajudar nossas mães, fui criada sabendo que no futuro, eu não teria tanta mordomia, então, tinha que aprender desde cedo. Hoje em dia, antes desse assunto se popularizar nas redes sociais como está agora, eu já tinha essa noção. Não quero ensinar para minha filha, tudo que aprendi. Acredito que na vida, tudo seu tempo, e é importante sabermos respeitar ele. As crianças, elas precisam ser crianças, e ao chegar na adolescência, podemos, sim, ensinar o que um adolescente precisa saber e fazer”, finaliza

Redes sociais

É fundamental que pais e responsáveis estejam atentos e promovam um ambiente que valorize a infância. Isso implica em estabelecer limites para o uso de telas, monitorar o conteúdo consumido, incentivar o brincar livre e o diálogo aberto.
As redes sociais merecem atenção especial, pois a exposição sem filtro a conteúdos adultos, padrões irreais e interações online inadequadas pode intensificar a adultização e expor as crianças a riscos como cyberbullying e aliciamento.

“É na internet que muitas crianças têm construído seu senso de selfie, ou seja, como se percebem e se reconhecem no mundo. Likes, comentários e comparações acabam influenciando diretamente sua autoestima, sua identidade e até suas escolhas, moldando aspectos que antes eram desenvolvidos principalmente nas interações presenciais, no brincar e nas relações familiares”, destaca Sarah Rebeca.

O empresário Brito de Sousa, afirma que desde quando seu filho de 17 anos, era criança, ensinou como utilizar o celular e sempre impôs limites. “A era digital hoje em dia está bastante avançada, nossos jovens acham que sabem de tudo, mas, na verdade, nem sempre possuem propriedade de fala do que acham que sabem. Ai de onde vem a importância da limitação de conteúdos que nossos filhos veem. Até seus 14, 15 anos, ele utilizava celular apenas nos domingos, pois durante a semana, tinha a escola e as atividades de criança a realizar, fora os esportes que praticava. Essa limitação o fez entender muitas coisas e não o tirou a possibilidade de não saber de algo. Acredito que essa dinâmica, funcionou bastante e hoje, tenho um jovem que sabe o que pode e o que não pode fazer, com bastante limites”, diz.
Diante desses desafios complexos e da vulnerabilidade que a exposição digital impõe, a proteção da infância se torna uma responsabilidade que transcende o âmbito familiar, exigindo uma ação coordenada e consciente de toda a sociedade.

Por Ismael Azevedo

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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