Ao todo, oito indústrias estão em funcionamento e seis em construção

Após mais de três anos desde a inauguração, o Polo Químico de Guaiúba, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, registrou um total de R$ 120 milhões em investimentos.
O complexo atualmente gera 2 mil empregos diretos, além de empregar cerca de 100 trabalhadores nas obras das empresas que ainda estão em fase de instalação.
Durante o planejamento, o projeto previa um aporte de R$ 250 milhões e a criação de 2 mil empregos diretos. Até o momento, o investimento realizado corresponde a 48% do valor inicialmente estimado, pouco menos da metade do previsto.
Apesar disso, o polo segue em expansão e mantém a expectativa de atrair novos empreendimentos. Nesta primeira fase de implantação, há oito indústrias em operação e outras seis em construção.
Localizado em ponto estratégico para o escoamento de mercadorias, o complexo de 55 hectares está a 50 km de Fortaleza, a 29 km do 4º Anel Viário e a 10 km da rota prevista para a ferrovia Transnordestina.
Atualmente, todos os seus 25 espaços estão ocupados ou destinados a empresas. Os empreendimentos, na sua maioria, são cearenses e já existiam em outras localidades da região metropolitana e na própria Capital.
Porém, enfrentavam limitações de espaço para expansão tanto em área quanto em capacidade produtiva. Além disso, há indústrias de grupos com sede em São Paulo, Pará, Pernambuco e Paraíba.

Por que a cidade foi escolhida para abrigar um polo químico?
Segundo o presidente do Instituto Orbitar, entidade que administra o polo de Guaiúba, Marcos Soares, o local surgiu da ideia de tirar as empresas de grandes centros para que elas pudessem ampliar as suas capacidades produtivas.
Após reuniões com diversos prefeitos da região metropolitana, foi escolhida a cidade de Guaiúba. “Um dos objetivos do polo foi porque as empresas começaram a crescer muito e a cidade de Fortaleza não comportava mais, além de adequações do plano diretor da cidade”, observa.
“Então, vimos que Guaiúba tinha, na época, um terreno de 42 hectares e o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região. Unimos essas duas características e pleiteamos com o Governo do Estado, que aceitou a proposta”, completa.
Assim, a prefeitura doou a área e, por meio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), foi realizada a primeira fase da infraestrutura, que possibilitou a instalação das empresas.
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Inaugurado oficialmente em 17 de março de 2022, o Polo Químico de Guaiúba conta com o incentivo do Fundo de Desenvolvimento Industrial do Estado do Ceará (FDI), por meio de benefícios fiscais, como redução de impostos e diferimento de ICMS, para empresas com Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAEs) do setor químico.
Polo reduz custos operacionais em até 70%, diz administradora
As empresas interessadas em se instalar no local, desde 2017, pagam uma taxa de instalação que, em uma analogia, pode ser comparada a um condomínio.
Segundo Soares, os valores praticados no polo são altamente competitivos. No início, era cobrado R$ 0,07 por metro quadrado e, atualmente, está em R$ 0,24. A cifra custeia a manutenção do local e a segurança.
Soares cita, por exemplo, uma empresa atualmente instalada em Maracanaú que paga R$ 16,5 mil apenas com despesas de portaria.
Em Guaiúba, essa mesma empresa passaria a pagar R$ 5 mil mensais, uma redução de cerca de 70% nos custos relacionados à segurança e controle de acesso.
“Agora, se transferindo para o polo, por ter cerca de 20 mil metros quadrados, vai pagar R$ 5 mil de taxa de implantação, incluindo o serviço de segurança e portaria. Ou seja, vai ter esse custo reduzido em menos de um terço”, compara.
Sobre a segurança do local, ele comenta que, nesta fase 1, a portaria ainda é provisória. Mesmo assim, estão sendo instalados um circuito de câmeras de monitoramento e equipamentos de reconhecimento facial e de placas de veículos.
Além disso, está prevista a construção de uma balança coletiva para as empresas, heliponto e um espaço para caminhoneiros aguardarem carga e descarga.
Empresa de produtos asfálticos já está em ampliação
Operando há 1 ano e sete meses, a emprea paraense CBAA Asfaltos, especialista em cimento asfáltico de petróleo (CAP) e emulsões asfálticas, é uma das que está ampliando a sua área de produção no Polo Químico de Guaiúba.
Atualmente, a empresa está produzindo quatro de um mix de 10 itens que devem ser fabricados após o aumento da planta.

Ao todo, a empresa possui nove unidades no País, sendo esta do Ceará a mais moderna. Ao todo, são produzidas cerca de 15 mil toneladas de CAP e 2 mil toneladas de emulsões por mês.
Conforme a gerente industrial Robenia Alencar, todos os meses, a CBAA recebe 160 carretas de matéria-prima. O material chega de navio nos portos do Pecém e do Mucuripe.
Após transformado, o produto é usado para produzir massa asfáltica para empresas públicas e privadas.
Impacto do polo para o mercado de trabalho
O modelo do polo prevê a contratação de mão de obra local como forma de estimular o desenvolvimento econômico da região.
Por isso, as empresas instaladas no local priorizam a contratação de trabalhadores guaiubenses. No caso da CBAA, por exemplo, quase 100% do quadro de funcionários é formado por moradores de Guaiúba.
Cícero Fernando, de 31 anos, é um deles. Ele iniciou como auxiliar de carga e descarga no início da operação da empresa e, agora, após capacitações, está como operador de produção.

“Sempre foi um sonho trabalhar na cidade, mas não havia emprego. Antes, eu saía de casa às 4h30 e voltava às 9h da noite; era mecânico em uma empresa têxtil em Fortaleza”, lembra.
“Agora, a empresa oportunizou meu crescimento, e fui aproveitando, agarrando as oportunidades, me capacitando, e espero crescer ainda mais. Hoje, tenho qualidade de vida, aproveito melhor meu tempo e trabalho perto de casa”, relata.
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