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Polo Químico de Guaiúba capta R$ 120 milhões em investimentos em três anos

Após mais de três anos desde a inauguração, o Polo Químico de Guaiúba, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, registrou um total de R$ 120 milhões em investimentos.

Ao todo, oito indústrias estão em funcionamento e seis em construção

Escrito por
Paloma Vargaspaloma.vargas@svm.com.br
15 de Setembro de 2025 – 08:00

Vista aérea do Polo Químico de Guaiúba
Legenda: Polo Químico de Guaiúba já tem oito empresas em funcionamento e seis em fase de construção
Foto: Davi Probo

Após mais de três anos desde a inauguração, o Polo Químico de Guaiúba, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, registrou um total de R$ 120 milhões em investimentos.

O complexo atualmente gera 2 mil empregos diretos, além de empregar cerca de 100 trabalhadores nas obras das empresas que ainda estão em fase de instalação.

Durante o planejamento, o projeto previa um aporte de R$ 250 milhões e a criação de 2 mil empregos diretos. Até o momento, o investimento realizado corresponde a 48% do valor inicialmente estimado, pouco menos da metade do previsto.

Apesar disso, o polo segue em expansão e mantém a expectativa de atrair novos empreendimentos. Nesta primeira fase de implantação, há oito indústrias em operação e outras seis em construção.

Localizado em ponto estratégico para o escoamento de mercadorias, o complexo de 55 hectares está a 50 km de Fortaleza, a 29 km do 4º Anel Viário e a 10 km da rota prevista para a ferrovia Transnordestina.

Atualmente, todos os seus 25 espaços estão ocupados ou destinados a empresas. Os empreendimentos, na sua maioria, são cearenses e já existiam em outras localidades da região metropolitana e na própria Capital.

Porém, enfrentavam limitações de espaço para expansão tanto em área quanto em capacidade produtiva. Além disso, há indústrias de grupos com sede em São Paulo, Pará, Pernambuco e Paraíba.

 

Vista parcial do Polo Químico de Guaiúba
Legenda: Polo Químico de Guaiúba tem todos os espaços disponíveis já com empresas inscritas
Foto: Fabiane de Paula

 

Por que a cidade foi escolhida para abrigar um polo químico?

Segundo o presidente do Instituto Orbitar, entidade que administra o polo de Guaiúba, Marcos Soares, o local surgiu da ideia de tirar as empresas de grandes centros para que elas pudessem ampliar as suas capacidades produtivas.

Após reuniões com diversos prefeitos da região metropolitana, foi escolhida a cidade de Guaiúba. “Um dos objetivos do polo foi porque as empresas começaram a crescer muito e a cidade de Fortaleza não comportava mais, além de adequações do plano diretor da cidade”, observa.

“Então, vimos que Guaiúba tinha, na época, um terreno de 42 hectares e o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região. Unimos essas duas características e pleiteamos com o Governo do Estado, que aceitou a proposta”, completa.

Assim, a prefeitura doou a área e, por meio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), foi realizada a primeira fase da infraestrutura, que possibilitou a instalação das empresas.

 

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Inaugurado oficialmente em 17 de março de 2022, o Polo Químico de Guaiúba conta com o incentivo do Fundo de Desenvolvimento Industrial do Estado do Ceará (FDI), por meio de benefícios fiscais, como redução de impostos e diferimento de ICMS, para empresas com Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAEs) do setor químico.

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As empresas interessadas em se instalar no local, desde 2017, pagam uma taxa de instalação que, em uma analogia, pode ser comparada a um condomínio.

Segundo Soares, os valores praticados no polo são altamente competitivos. No início, era cobrado R$ 0,07 por metro quadrado e, atualmente, está em R$ 0,24. A cifra custeia a manutenção do local e a segurança.

Soares cita, por exemplo, uma empresa atualmente instalada em Maracanaú que paga R$ 16,5 mil apenas com despesas de portaria.

Em Guaiúba, essa mesma empresa passaria a pagar R$ 5 mil mensais, uma redução de cerca de 70% nos custos relacionados à segurança e controle de acesso.

“Agora, se transferindo para o polo, por ter cerca de 20 mil metros quadrados, vai pagar R$ 5 mil de taxa de implantação, incluindo o serviço de segurança e portaria. Ou seja, vai ter esse custo reduzido em menos de um terço”, compara.

Sobre a segurança do local, ele comenta que, nesta fase 1, a portaria ainda é provisória. Mesmo assim, estão sendo instalados um circuito de câmeras de monitoramento e equipamentos de reconhecimento facial e de placas de veículos.

 

Além disso, está prevista a construção de uma balança coletiva para as empresas, heliponto e um espaço para caminhoneiros aguardarem carga e descarga.

 

Empresa de produtos asfálticos já está em ampliação

Operando há 1 ano e sete meses, a emprea paraense CBAA Asfaltos, especialista em cimento asfáltico de petróleo (CAP) e emulsões asfálticas, é uma das que está ampliando a sua área de produção no Polo Químico de Guaiúba.

Atualmente, a empresa está produzindo quatro de um mix de 10 itens que devem ser fabricados após o aumento da planta.

 

CAP, produto asfáltico
Legenda: CBAA tem a sua planta mais moderna de produção de produtos asfálticos no Polo Químico de Guaiúba
Foto: Fabiane de Paula

 

Ao todo, a empresa possui nove unidades no País, sendo esta do Ceará a mais moderna. Ao todo, são produzidas cerca de 15 mil toneladas de CAP e 2 mil toneladas de emulsões por mês.

Conforme a gerente industrial Robenia Alencar, todos os meses, a CBAA recebe 160 carretas de matéria-prima. O material chega de navio nos portos do Pecém e do Mucuripe.

Após transformado, o produto é usado para produzir massa asfáltica para empresas públicas e privadas.

Impacto do polo para o mercado de trabalho

O modelo do polo prevê a contratação de mão de obra local como forma de estimular o desenvolvimento econômico da região.

Por isso, as empresas instaladas no local priorizam a contratação de trabalhadores guaiubenses. No caso da CBAA, por exemplo, quase 100% do quadro de funcionários é formado por moradores de Guaiúba.

Cícero Fernando, de 31 anos, é um deles. Ele iniciou como auxiliar de carga e descarga no início da operação da empresa e, agora, após capacitações, está como operador de produção.

 

Imagem de homem trabalhando em máquina de indústria
Legenda: Cícero Fernando mora em Guaiúba e teve melhora na qualidade de vida por trabalhar na cidade
Foto: Fabiane de Paula

 

“Sempre foi um sonho trabalhar na cidade, mas não havia emprego. Antes, eu saía de casa às 4h30 e voltava às 9h da noite; era mecânico em uma empresa têxtil em Fortaleza”, lembra.

“Agora, a empresa oportunizou meu crescimento, e fui aproveitando, agarrando as oportunidades, me capacitando, e espero crescer ainda mais. Hoje, tenho qualidade de vida, aproveito melhor meu tempo e trabalho perto de casa”, relata.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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