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Quase 70% das pessoas que declaram realizar trabalho doméstico ou de cuidados remunerados no Brasil são mulheres negras.

Pesquisa do Ipea mostra desigualdades também no ensino e no desalento
Carolina Pessôa – Repórter da Rádio Nacional
19/03/2025 – 14:52
Rio de Janeiro

Quase 70% das pessoas que declaram realizar trabalho doméstico ou de cuidados remunerados no Brasil são mulheres negras.

É o que aponta pesquisa nacional realizada pelo Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – e o Ministério da Igualdade Racial, sobre trabalho doméstico e de cuidados.

O resultado está no artigo “O Cuidado Enquanto Ocupação: Em Que Condições?” e foi apresentado nesta quarta-feira (19), durante o seminário “Trabalho, Cuidado e Parentalidades”, promovido pelo Ipea em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

Ana Amélia Camarano, autora do estudo, aborda outro ponto da pesquisa: o nível de escolaridade encontrado entre essas trabalhadoras.

“A maioria tem até o ensino médio incompleto, agora você já observa dentro da categoria, dentro de trabalhadoras, já começa a observar uma diferença racial, né, dentro dessa categoria”.

Ainda de acordo com o estudo, 52% das trabalhadoras domésticas negras não concluíram o ensino médio, contra 42,9% das não-negras, o que reforça a desigualdades entre as mulheres que desempenham a atividade. Ana Amélia comenta o resultado.

“Tem uma diferença quase de 10 pontos percentuais aí. Da mesma maneira, com as cuidadoras, é claro que as cuidadoras têm uma uma escolaridade mais alta, né, e se passa pelas exigências da ocupação”.

No Seminário também foi apresentado que mulheres negras são as mais afetadas pela subutilização da força de trabalho e pelo desalento, ou seja, quando desistem de procurar uma ocupação.

Outro ponto destacado foi a ausência de registros nacionais sobre licença-paternidade, em contraponto com a disponibilidade de dados sobre licença-maternidade. E reforçada a necessidade de melhorias nos registros administrativos para compreender e promover políticas públicas que incentivem a participação masculina no cuidado familiar.

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Carlos Alberto

Oi, eu sou o Carlos Alberto, radialista de Campos Sales-CE e apaixonado por futebol. Tenho qualidades, tenho defeitos (como todo mundo), mas no fim das contas, só quero viver, trabalhar, amar e o resto a gente inventa!

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